22/08/2023
Segurança

Fábio diz que a pessoa que atirou escondia a arma dentro de um pacote

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Cristina Esteche

+Caso Henry e Sandro: Testemunhas confirmam que apenas Fábio saiu do local do crime

O bancário Fabio Menarim Rocha, que está sendo julgado pelo duplo assassinato qualificado tendo como vítimas Sandro Esteche e Henry Franciosi, disse que uma quarta pessoa foi a autora dos disparos.

De acordo com o réu, que vai a Júri Popular 18 anos após o crime, ele devia R$ 5,1 mil para Sandro. A indicação para o empréstimo teria sido feita por um amigo em comum. Fabio disse também que já havia pago R$ 3 mil, embora não tivesse pego recibo e nem trocado o cheque pelo valor devido. Na noite do crime, ele confessou que foi até o mercado quitar a dívida e que chegou a dar a quantia  de R$ 2 mil a Sandro. Afirmou também que ficou no local aguardando o cheque que estaria com uma terceira pessoa. “Quando o pai do Sandro fechou o mercado e foi para casa eu disse ao Sandro que ele podia ir para casa e que ficaria ali esperando o  cheque, mas ele não quis”. De acordo com Fabio, momentos depois chegou Henry e uma outra pessoa que possuía uma arma dentro de um pacote. “Ele [a outra pessoa] chegou dizendo ‘é para hoje’, mas Sandro e Henry disseram: ‘é para amanhã’ e em seguida ele [o outro] atirou contra o Sandro, depois em mim e depois no Henry”, afirmou. Essa declaração provocou questionamento da assistência de acusação. Sandro e Henry foram executados com tiros nas mãos, no rosto e em outras partes do corpo. “Como apenas o senhor levou um tiro de raspão?  Se a pessoa tinha um revólver dentro de um pacote se trata de um matador. Ele deixaria uma testemunha ocular à solta?”, pergunta Loedi. A arma do crime até hoje não foi encontrada. Outra observação do advogado é de que Fabio, como bancário, não pediu recibo da parte quitada e nem trocou o cheque.

Em depoimento, o pai de Sandro, João Esteche disse que momentos antes do crime, Henry passou em sua casa e estava sozinho. Isso contraria o depoimento de Fábio de que Henry chegou acompanhado por uma pessoa.

A assistência da acusação lembrou também que o ex delegado Darci Pacheco, que  investigou o caso, comentou que durante a sua carreira policial foi a primeira vez que viu uma pessoa ser atirada e retornar ao local do crime sabendo que o seu algoz poderia estar lá. Elcio Melhem questionou a idoneidade profissional do ex-delegado e disse que o seu cliente foi torturado durante cinco dias em que ficou preso.

“O Darci Penteado colocou o meu cliente no pau-de-arara [instrumento de tortura] e há ação no Ministério Público contra isso”, afirmou.

Fabio disse que fez exame de corpo delito no IML (Instituto Médico Legal) em Curitiba, após as torturas.  

Cristina Esteche

Jornalista

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