22/08/2023


Geral

Facebook restringe aplicativos e aumenta privacidade de usuários

O Facebook adotou uma nova versão da Graph API com o objetivo de aumentar o controle e a privacidade dos usuários, restringindo os dados que aplicativos integrados ao Facebook podem acessar. Uma das mudanças mais significativas é que agora um aplicativo não pode mais obter a lista de amigos.

A Graph API é o canal de comunicação que aplicativos usam para acessar os dados do Facebook. Quando você joga Candy Crush ou acessa o Tinder, é por meio da Graph API que esses aplicativos obtêm suas informações e publicam postagens.

Na nova versão 2.0 da Graph API, a lista de amigos é simplesmente inacessível. Mesmo que o usuário autorize o app a obter sua lista de amigos, o aplicativo só vai receber uma lista contendo os amigos que também possuem o app e que também autorizaram a obtenção da lista.

A mudança é positiva para os usuários, mas desenvolvedores estão reclamando.

No site StackExchange, um desenvolvedor usando o nome "Daniel" disse que a mudança é uma "dolorosa perda de funcionalidade básica". Outro programador fez piada, dizendo que a API deveria ser chamada de "ClosedGraph" ("Graph Fechado"), em referência ao nome original da API ("Open Graph", "Graph Aberto").

A nova API ainda exige que desenvolvedores de determinados apps obtenham autorização do Facebook para receber certos dados.

Em nome da segurança e da privacidade, as mudanças concentram ainda mais as informações no Facebook, que não tem de lidar com restrição alguma.

A possibilidade de monitoramento da rede de celular com o uso de torres falsas é conhecida há muitos anos, mas a polícia norte-americana está, supostamente, tratando o assunto como segredo. Os sistemas de monitoramento são popularmente conhecidos como "StingRays", mas o termo correto é "IMSI catcher" ou "capturador de IMSI". O sistema "StingRay" original é fabricado por uma empresa chamada Harris Corporation e comercializado para uso policial.

O assunto ganhou notoriedade em março de 2014 com uma reportagem da revista "Wired". A polícia norte-americana instala os equipamentos em locais públicos sem autorização da Justiça, segundo a revista.

Um documento vazado na web e datado de 2012 sugere que o FBI está orientando promotores a pedir o arquivamento de processos caso seja exigida uma explicação detalhada do funcionamento dos sistemas de monitoramento. A medida parecia ser extrema demais.

Mas o assunto deixou de ser brincadeira em abril depois de uma situação um tanto absurda. Lauren Trager, uma promotora no estado de Missouri, pediu o arquivamento do processo contra uma mulher acusada de auxiliar uma quadrilha como motorista do veículo de fuga.

Só que a mulher, Wilqueda Lillard, já havia confessado fazer parte do crime e ia inclusive participar como testemunha de acusação.

Tudo mudou quando os outros três envolvidos no esquema pediram explicações a um detetive da polícia sobre uso do monitoramento da rede celular por um "stingray". O detetive se recusou a dar qualquer informação, citando um acordo com a unidade de inteligência da polícia. O processo contra eles foi arquivado.

Wilqueda, então, mudou de ideia e disse que era inocente, levando a promotoria a desistir também do caso dela.

Em uma nota enviada ao site "Ars Technica", Trager negou que o arquivamento do caso tenha qualquer relação com a tecnologia empregada na investigação.

O especialista em segurança Bruce Schneier recentemente criticou as autoridades pela postura em relação ao monitoramento da rede de telefonia móvel e uso de capturadores de IMSI. Esses equipamentos podem ser obtidos por menos de US$ 2 mil (cerca de R$ 6 mil) e, segundo Schneier, é preciso que a existência deles se torne pública para que as pessoas fiquem ciente dos riscos e a indústria tome medidas preventivas.

"Temos que parar de fingir que essa capacidade é exclusiva da polícia e reconhecer que estamos todos em risco por causa dela. Se continuarmos permitindo que nossas redes celulares sejam vulneráveis a capturadores de IMSI, então todos estamos vulneráveis a qualquer governo estrangeiro, criminosos, criminoso, hacker ou amador que construa um", explicou Schneier.

Cristina Esteche

Jornalista

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