*Reportagem com vídeo/Ascom – Prefeitura de Pinhão
O descaso de gestões anteriores para com o meio ambiente é apontado pela administração municipal como sendo a maior causa de multas contra o município de Pinhão. Além de várias ações judiciais por infrações cometidas entre 2006 e 2016, o prefeito Odir Gotardo, lamenta agora outras 19 multas. O valor é de mais de R$ 1 mil cada uma. O motivo é a falta de regularização dos cemitérios municipais.
Além da observação já feita pelo Ministério Público, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) estima que a irregularidade tenha começado há mais de meio século. Isso quando o município ainda pertencia a Guarapuava.
Porém, em janeiro de 2019, o secretário do Meio Ambiente, Urbanismo e Habitação, Valter Israel apresentou à promotoria e ao IAP um plano ações. A proposta previa a reversão do valor das multas em investimentos para corrigir irregularidades.
De acordo com o secretário Valter Israel, havia a expectativa de reverter as multas em ações que corrigiriam os erros cometidos no passado. Porém, a proposta não foi aceita.
Esperávamos reverter mais este grande problema que herdamos, mas infelizmente vamos ter que corrigir os erros cometidos pelas gestões anteriores.
Conforme disse Israel, a população sairá prejudicada, porque o dinheiro que seria utilizado para melhorias, agora será destinado para o pagamento das multas.
A HERANÇA
O município possui um histórico de infrações no setor ambiental. Conforme informações da assessoria de imprensa, entre os problemas relacionados ao lixão e irregulares dos cemitérios, são aproximadamente 50 ações judiciais contra o município. Tudo isso é a herança herdada pela atual gestão.
Entretanto, medidas tomadas pelo município conseguiram solucionar parte dos problemas solicitados pela Justiça. Entre estas, a construção da Unidade de Tratamento de Resíduos e a implantação de um programa de incentivo à separação do lixo.
Assim, o trabalho resultou no encerramento de um inquérito que tramitava desde o ano de 2010. Porém, não evitou uma multa aplicada pelo IAP em decorrência de infrações cometidas em 2006. Por causa disso, ainda é necessário recuperar a área do lixão, a qual durante vários anos foi degradada.
Entretanto, o que mais preocupa a administração é o risco à população. “O chorume dos corpos sepultados nestes cemitérios pode contaminar o solo e o lençol freático, atingindo as nascentes e rios próximos. Além disso, podem transmitir doenças à população, alerta o secretário municipal de Saúde, Ivonei Oliveira Lima.
Porém, essa preocupação é extensiva ao prefeito. “É lamentável o fato de que no passado o meio ambiente foi tão mal tratado. Não estamos medindo esforços para solucionar os passivos ambientais herdados pela nossa gestão, o problema é que eles são muitos e não recursos para tanto”.
Confira no vídeo a entrevista do secretario de meio ambiente Valter Israel: