22/08/2023
Economia

Falta empregada doméstica em Guarapuava, diz a Agência do Trabalhador

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Uma das maiores demandas de vagas de trabalho na Agência do Trabalhador está sendo para empregada doméstica. De acordo com o chefe da Agência, Arion Dangui, somente nesta semana estão sendo ofertadas 11 vagas para empregos em Guarapuava e em Curitiba. A procura, porém, fica aquém das expectativas de quem procura essa profissional.

“As mulheres que trabalhavam como empregada doméstica estão preferindo atuar, principalmente, em empresas que oferecem vagas na produção de madeiras”, diz Arion.

A migração dessa mão-de-obra para outro setor tem como base a oportunidade de um salário melhor, mas, principalmente, a segurança do registro em carteira, o que garante o 13º salário, o recolhimento do Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço (FGTS), a contribuição com o INSS e a aposentadoria.
“A profissional de trabalho doméstico sumiu do mercado. Hoje não estamos conseguindo suprir a demanda. Há quem prefira trabalhar como diarista porque a renda é maior”, diz Arion Dangui.

Damara da Cruz, 28 anos, é um exemplo dessa troca de modalidade. “Eu sempre trabalhei por mês ganhando o salário mínimo e não era registrada. Hoje eu prefiro trabalhar por dia que eu ganho muito mais”, diz. Damara trabalha de segunda a sábado, cobrando R$ 50,00 por dia. Ao final de cada mês a diarista embolsa em torno de R$ 1,2 mil.

Regina de Oliveira, 43 anos, porém, prefere a segurança do emprego formal. Ela trabalha na casa de uma família há oito anos. Lava, passa, cozinha, limpa a casa. Quando o serviço acaba, independente do horário, ela tem a liberdade de ir embora. “Prefiro ter a segurança e saber que vou receber o 13º, que tenho férias e que um dia posso me aposentar. O que ganho é o suficiente pra eu viver”, diz.

Na fila em busca de empregos, Maria Angélica dos Anjos, diz que está buscando uma vaga como operária em empresa de produção de madeira. "Eu já fui empregada doméstica, mas não compensa, porque você nunca agrada a patroa. Também trabalhei na classificação de batata, mas agora quero ser fichada. O meu estudo dá pra trabalhar nessas empresas que trabalham com madeira", afirma.

Cristina Esteche

Jornalista

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