22/08/2023
Saúde

Faltam médicos no IML de Guarapuava

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A unidade de Guarapuava, que atende 27 municípios da região, conta apenas com três médicos, desde a saída da doutora Fernanda Fabiane, ligada à Prefeitura, na metade do ano. Dos profissionais atuais, dois são vinculados ao Estado do Paraná, e um à administração municipal de Guarapuava.

O chefe da Divisão Técnica do Interior do IML Paraná, capitão Ubiragir Binhara, admite a falta de médicos. “Precisamos contratar mais um médico, mas estamos com dificuldades. A maioria dos profissionais não quer trabalhar no IML”, afirma. Segundo Binhara, a carga horária é o maior empecilho à contratação de novos profissionais. Os médicos contratados pelo IML precisam cumprir uma carga de 20 horas semanais nas unidades espalhadas pelo Estado.

Ele informa que pretende resolver o problema até o fim do ano. Essa é a principal prioridade no momento para Guarapuava. Binhara também pede auxílio às cidades atendidas pelo instituto. “Sabemos que as prefeituras não têm responsabilidade sobre isso, mas já que a unidade atende um grande número de municípios, uma saída seria algum deles fornecer um profissional ao IML”, destaca.

Recentemente, alguns corpos recebidos pelo instituto foram encaminhados à unidade de Ponta Grossa, devido à falta de médicos para o atendimento em Guarapuava. Binhara informa que embora isso não seja o ideal, é algo necessário. “Os exames precisam ser realizados com urgência, eles não podem ocorrer depois. Então, às vezes os corpos são encaminhados a outras unidades”, comenta.

Com relação a veículos, Binhara afirma que não existem problemas, embora a viatura utilizada seja de 1996, em uso há 13 anos, portanto. “Nós realizamos algumas reformas e o veículo está funcionando normalmente”, ressalta. Apesar disso, ele destaca que existe a intenção de conseguir novas viaturas, embora não exista um prazo para isso. Sobre os equipamentos, Binhara também afirma não haver qualquer tipo de problema.

A unidade do IML de Guarapuava funciona atualmente com três médicos, três auxiliares de necropsia e três auxiliares administrativos. Um motorista aprovado em concurso público também será contratado nos próximos meses. Embora a média de corpos recebidos varie muito, o movimento aumenta em meses com feriados, quando ocorrem mais acidentes de trânsito, e no verão em razão do grande número de afogamentos. Só no último fim de semana, devido ao feriado de Finados, 12 corpos chegaram ao IML de Guarapuava.

Problema antigo

Em março, a TRIBUNA já havia relatado a falta de médicos. Mas, se compararmos os dois períodos, é possível perceber que a situação piorou de lá para cá. Na oportunidade, o responsável pela logística do IML, Moisés Alves Nunes, afirmou que os quatro médicos disponíveis à época já eram insuficientes, o ideal seria sete profissionais. Na época, as instalações estavam passando por reformas e novos equipamentos haviam sido adquiridos.
Em maio, em outra reportagem publicada no jornal, foram feitas várias denúncias sobre a falta de profissionais, equipamentos e materiais, causando danos e constrangimentos às famílias das vítimas.

Cristina Esteche

Jornalista

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