A família de Sidinei Teixeira de 39 anos acusa a Polícia Militar de Guarapuava de agressão que resultou na morte dele na madrugada desta terça (23). Sidinei estava internado no Hospital São Vicente, onde passou por procedimento cirúrgico. Mas a história que culminou com a morte de Sidinei começou na madrugada de domingo (21).
De acordo com a PM, no domingo (21) por volta das 2h da manhã, a equipe do 16º BPM atendeu uma ocorrência de violência doméstica e lesão corporal na rua das Secretárias no Residencial 2000, no bairro Morro Alto. A vítima informou os policiais que o marido estava bêbado. Conforme relato policial, a mulher afirmou ainda que o marido foi até a casa de uma idosa da qual ela é cuidadora e “gerou uma situação extremamente vexatória, proferindo palavras de baixo calão e envergonhando ambas”.
O boletim da Polícia Militar, informa que “a equipe não encaminhou o agressor pois a esposa não quis representar contra o mesmo”. Segundo a PM, ela [esposa] recebeu orientação quanto à possibilidade de lavratura de boletim de ocorrência na Polícia Civil. Ou ainda para que ligasse imediatamente caso os fatos voltassem a ocorrer. Por fim, a PM informou que o marido da vítima decidiu dormir na casa do irmão para evitar qualquer conflito.
VERSÃO DA FAMÍLIA
Após receber denúncias, o Portal RSN ouviu familiares de Sidinei. Eles disseram que na casa do irmão onde Sidinei tinha ido dormir, policiais militares deram choque e o agrediram fisicamente.
Eles acham que ele era bandido, levassem preso ou fizessem o que eles quisessem. Mas porque bater do jeito que eles bateram e matar? São um [bando de covarde], sabia? Sinceramente. Vou falar tudo, falo mesmo. Se quiserem me prender, podem até me levar, mas vou falar tudo.
De acordo com a família, cerca de cinco viaturas estavam na ocorrência. “Ele era trabalhador, ele era honesto, pra eles fazerem tudo o que eles fizeram? Esses policiais que fizeram isso com Sidinei, precisam ser punidos urgentemente porque senão esse mundo vai estar acabado”.
Familiares de Sidinei ainda disseram que os “policiais chegam e não querem saber de conversa” com a pessoa. “Eles querem saber de chegar dando porrada, batendo. Pega e prenda então, mas o cara nem armado estava. Eles falaram põe a mão na cabeça e ele obedeceu, ficou parado no chão. Eles vieram e deram um choque nele e ele acabou desmaiando. E começaram a chutar ele ali no chão”.
POLÍCIA CIVIL
Conforme o boletim da Polícia Civil, na madrugada desta terça (23), por volta das 2h06, o plantão da 14ª SDP recebeu o comunicado do Hospital São Vicente, da morte do paciente Sidinei Teixeira. De acordo com a PC, Sidinei deu entrada no HSV nessa segunda (22), encaminhado do Hospital de Pitanga, vítima de agressão física.
O boletim informou ainda que o corpo estava no Instituto Médico Legal (IML) de Guarapuava. Porém, esteve no plantão da 14ª SDP, uma mulher que afirmou ser a tia de Sidinei. Ela informou que na madrugada do domingo (21), o sobrinho envolveu-se em uma ocorrência policial [citada acima, conforme relato da PM]. Além disso, para a Polícia Civil, a tia relatou que “várias viaturas policiais estiveram na residência da vítima aonde encontrava-se com seu irmão e outras pessoas, local aonde a noticiante relata a vítima ter sido agredida”.
VIAGEM
A tia disse também que após as agressões, o sobrinho viajou com o irmão e com a mãe para Palmital. Além disso, que na manhã de domingo (21), Sidinei precisou de atendimento em uma unidade de saúde de Palmital. Na unidade, conforme a tia, ele recebeu atendimento médico e foi liberado. Entretanto, no mesmo dia à noite, Sidinei precisou ser novamente encaminhado para a unidade de saúde.
Desta vez, a equipe médica constatou hemorragia interna no intestino e perfuração no pulmão. Por este motivo, a vítima foi encaminhada ao hospital em Pitanga, e posteriormente para o Hospital São Vicente em Guarapuava. O boletim da PC informa que Sidinei passou por procedimento cirúrgico no HSV, mas morreu. Por fim, a Polícia Civil constatou o registro da ocorrência citada pela tia da vítima, e atendida pela Polícia Militar.
POLÍCIA MILITAR
O setor de Comunicação Social do 16ºBPM de Guarapuava informou que para “qualquer tipo de reclamação ou denúncia, a Polícia Militar está aberta a ouvir os indivíduos e fazer apuração dos fatos”.
Conforme a Central de Triagem, o velório ocorre na Igreja Comunidade Vida, bairro Bonsucesso. O sepultamento está marcado para às 10h desta quarta (24), no Cemitério Municipal Santo Antonio.
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