A família do jovem Rodolfo Klüber Santi convida para a missa de Sétimo Dia do seu falecimento, que será celebrada nesta domingo (17), às 10hs, na Igreja Santana, em Guarapuava. Rodolfo foi vítima de infarto fatal na manhã de segunda feira (11). De acordo com seus pais, ele teve mal estar digestivo um dia antes, com crises de vômito, após ter participado de uma cervejada. Na segunda, logo cedo, reclamou de dores na altura do estômago. Por volta das 10h, ele foi encontrado morto pelo pai, no banheiro. Ele era filho de Dóris Klüber Santi, professora de matemática da cidade, e Antônio Santi, conhecido como Tonico.
A morte do jovem, que cursava o terceiro ano de arquitetura e urbanismo, na Faculdade Campo Real, causou grande comoção pública na sociedade guarapuavana. Menino alegre, solidário e com grande gama de amigos, nas mais diversas faixas etárias, caiu como um bálsamo sobre a dor dos pais. “Não sabíamos que o nosso filho era tão amado”, disseram Dóris e Tonico.
E foi para agradecer a solidariedade de amigos, de pessoas anônimas e de familiares que o casal procurou o departamento de Jornalismo do Portal RSN na tarde desta quinta feira (14).
“Não temos palavras para agradecer as inúmeras manifestações de carinho que recebemos”.
E para traduzir um pouco do sentimento provocado pela transição de Rodolfo, reproduzimos o texto escrito por Ricardo Dangui e que foi entregue aos pais após o seu falecimento.
Carta aberta aos amigos do Rodolfo
Aos pais e ao irmão do Rodolfo eu peço licença para lançar essas palavras.
A eles eu ergo silencioso a minha máxima capacidade de solidariedade. Mesmo assim sei que a dor que sinto e que gostaria pudesse aliviar em partes aquela que agora em seus ombros carregam, é incomensuravelmente menor.
É na casa deles que agora um quarto está vazio. E palavras de maneira alguma darão conta de preenchê-lo.
É aos amigos de Rodolfo então que eu gostaria de falar.
A todos aqueles meninos e meninas cheios de vida e alegria, como Rodolfo era, que perplexos perante o acontecido souberam emprestar sua solidariedade aos pais e ao irmão do seu grande amigo, do qual se despediram com muita dignidade e companheirismo.
A cena dos meninos e meninas que ficaram em silêncio junto ao túmulo após o sepultamento, chuva caindo, vento soprando, não se apagará de minha memória.
E é aqui que entra o que gostaria de dizer.
A bondade de Deus vem sempre em primeiro lugar. E o nosso criador em sua Sabedoria Infinita sabe conciliar, trazendo-as sempre juntas, à perfeição, a sua suprema bondade com a sua divina beleza. E tudo na sua criação tem o sentido de utilidade, que na maior parte das vezes nos escapa.
Enquanto dávamos um até breve para Rodolfo, olhei para o céu acima de nós e vi nuvens bastante carregadas passando rápidas. Mas de quando em quando e por vezes como um ponto fixo, o azul vivo do firmamento se apresentava como o fato real, acima de tudo, o qual não podiam negar nem ocultar de forma permanente as nuvens passageiras.
E eu lutando para conciliar dentro dos meus insuficientes sentimentos e parcos conhecimentos humanos, bondade, beleza e utilidade divinas com a retirada abrupta de Rodolfo do nosso convívio.
Então vi. No abraço cheio de carinho no companheiro de dor que cada menino e menina ali trocavam entre si, no consolo que davam aos pais e ao irmão de Rodolfo, tinha bondade, tinha beleza, tinha utilidade. Quantos dentre vocês foram apresentados para essa faceta dura da vida apenas ontem, a partir desse acontecimento que a todos nós enlutou.
E isto aos 18, aos 19, aos 20 alguns . . Mas precisava ter sido agora e justamente com Rodolfo? Será que adianta, será que é certo discutirmos com a vontade de nosso Pai? Poderia ter acontecido com qualquer uma das nossas famílias, com qualquer um de nós . . .
De alguma forma, solidários como todos demonstraram ser, aconteceu com cada um de vocês.
É bem possível que através de Rodolfo e da dor maior dos seus pais e do seu irmão, tenha uma mensagem de bondade, de beleza e de muita utilidade para cada um de nós.
A dor sempre desperta, e faz acordar e valorizar.
A vida, apesar de frágil, como uma perda grande como essa que tivemos evidencia, é uma dádiva !!! E que vale muito a pena, e merece e deve ser muito bem aproveitada !!!
E o sentido do que é bem aproveitá-la vale também muito a pena e merece e deve ser muito bem avaliado.
Se a falta que Rodolfo vai de agora em diante fazer na vida de cada um servir para que cada um de seus amigos aprimore o aproveitamento que está fazendo de sua vida, a ausência de Rodolfo não terá sido em vão.
Se os abraços afetuosos e solidários, se os sentimentos nobres no peito de cada um tiverem ultrapassado os portões do cemitério municipal, tiverem acompanhado-os até suas casas, até seus lugares de estudo, de trabalho, de lazer, a ausência de Rodolfo não terá sido em vão.
E para nós que acreditamos que esta aqui não é senão uma passagem na nossa jornada evolutiva, que não começou aqui nem aqui termina, também sua retirada do palco terrestre não há de ter sido senão um rito de passagem para um outro plano onde a jornada ascendente do nosso querido jovem continua.
Isso é de algum conforto para os seus pais e irmão? Talvez, em alguma medida. Eles saberão dizer. E cadê a bondade, a beleza e utilidade para eles?
Tenho certeza que Deus já tem suas mãos poderosas sobre cada um deles. E que cada uma das suas inquietações angustiantes de agora o tempo será o divino encarregado que, com o seus convidados, saberá lhes responder. E recompensar-lhes em dobro pela dor ora sentida.
Peço a eles desculpa mais uma vez pela ousadia destas palavras. Se em nenhum momento tiveram a pretensão de vir em consolo para a dor que sentem nessa hora, espero que tampouco tenham tido o efeito adverso de agravá-la.
Mas é que queria dizer que tenho certeza que a passagem de Rodolfo não foi em vão.
A beleza da humanidade revelada entre seus amigos nesta hora, aos meus olhos que procuravam-na ansiosamente, ela já produziu.
A sua utilidade o coração e a dedicação de cada um dos seus amigos o dirá . .
A bondade de Deus vem sempre em primeiro lugar!!!!