A família da jovem Cassiana Pawlas Siqueira, de 25 anos, que teve morte cerebral confirmada pelo Hospital São Vicente de Paulo em Guarapuava, decidiu doar os órgãos e colocar em prática um sonho antigo dela. A jovem morreu no dia 5 de janeiro após o diagnóstico em que não foi identificada atividade cerebral.
No mesmo dia, o corpo de Cassiana foi preparado para a coleta de doação de órgãos. Em um post nas redes sociais, a família pediu orações. “Pedimos que todas as orações se voltem para os futuros receptores e que o milagre da vida seja feito”.
Conforme uma enfermeira do hospital, ela era uma jovem saudável. No entanto, há algum tempo passou a ter dores fortes de cabeça. Assim, permaneceu, até que ela teve uma crise de convulsão, quando foi hospitalizada e encaminhada a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Foi quando descobrimos uma trombose de seios venosos e ela ficou sete dias internada. Mas, infelizmente, teve piora no quadro”.
Desse modo, a jovem não respondia aos estímulos de tronco cerebral. No momento, os profissionais de saúde abriram um protocolo de investigação de morte cerebral. “No primeiro ela ainda apresentava fluxo. Mas, quando repetimos o exame após 24 horas, confirmamos a morte”.
DOAÇÃO DE ÓRGÃO
Com isso, a família relatou que Cassiana já era doadora de órgãos e com a prova de morte encefálica, decidiram doar. Assim, fazendo a vontade dela. “A família fica feliz em tornar real um sonho dela, fazer essa vontade que ela tinha”. Nas redes sociais, os familiares deixaram uma mensagem de saudade e homenageando a jovem.
O tempo passa, deixa marcas e o que me conforta é que tivemos tempo, tivemos o tempo de construir lembranças, tivemos o tempo de abraçar, contemplamos o tempo como uma paisagem. O tempo ah! Responderá de forma brilhante, anestesiará a dor que rasga, reposicionará tudo.
COMO FUNCIONA A DOAÇÃO?
No Hospital São Vicente, a partir do momento em que se abre o protocolo de doação de órgãos a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) entra em ação. A equipe acompanha a família e o protocolo de morte cerebral. Além disso, dá todo o suporte para a família e faz orientações sobre o processo e como funciona. De acordo com a enfermeira Jéssyca Braga, o intuito é tranquilizar a família e aguardar a decisão final.
Se a família opta pela doação a Central de Transplantes do Paraná abre um ranking e pela lista do Sistema Único de Sáude (SUS) vê quem é compatível com o paciente e quem tem a necessidade maior naquele momento. Assim, aciona as pessoas e deixa elas prontas para a possível cirurgia. A equipe mesmo vai a cidade fazer a capitação de órgãos e tecidos e já vai para o destino de transplante. Esse transplante é feito de acordo com a equipe que vai captar e ela pode ir de aeronave, principalmente se tiver doação de coração, ou de veículo terrestre.
Por fim, apenas o SUS faz todo o trâmite, não há como doar ou receber por convênio ou outro programa.
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