22/08/2023
Segurança

Familia soube de acidente pela RSN e revoltada vai acionar o MP por descaso

Indignação, dor, revolta. Esses sentimentos envolvem familiares das vítimas que morreram no acidente ocorrido na manhã deste sábado (31) na BR 277, perto do Rio das Pedras, em Guarapuava.  A reclamação principal parte do tio de Chayane Mendes, 21 anos, Geraldo Mendes.  Embora o acidente tenha acontecido por volta das 10 horas, a família só ficou sabendo da tragédia às 18 horas, por amigos que leram a matéria na Rede Sul de Noticias.

“Ninguém nos avisou de nada. Se não fosse a matéria na Rede Sul na Internet não sei se ficaríamos sabendo. Isso é um absurdo. Lá na polícia (posto da Policia Rodoviária do Guará) tinha o notebook, telefone celular, os documentos da minha sobrinha e das outras vítimas, mas ninguém avisou nada”.

De acordo com Geraldo Mendes, que chegou para reconhecer o corpo da sobrinha somente por volta das 21 horas, no Posto da PRF (Guará) onde foi buscar os pertences de Chayane, a policial de plantão informou que a obrigação de avisar familiares em caso de acidentes com vítimas fatais cabe ao Instituto Médico Legal. A RSN tentou contato com a equipe policial do posto rodoviário federal, mas ninguém atendeu o telefone (23h26). De acordo com Geraldo, no IML a informação que ele recebeu foi de que essa responsabilidade caberia, no caso, à policia rodoviária federal. “Ninguém diz nada com nada, um fica jogando para o outro. O fato é que ninguém se interessou em avisar as famílias. Isso é desrespeito, um descaso. Estamos nos sentindo lesados, sacaneados”.

A forma de tratamento recebido por familiares de Chayane também é alvo de indignação. “Fomos muito mal tratados, já estamos fragilizados pela tragédia e ainda somos tratados com descaso, com ironia, com má educação  por parte de funcionária do IML. Fomos tratados como mendigos”.

Geraldo se ressente também com o desrespeito dispensado aos corpos das vítimas. “Os corpos estavam dentro de  gamelões. Minha sobrinha tinha os braços pra fora como se tivesse sido jogada. É muito triste encontrar uma pessoa da tua família do que jeito que encontramos. Parece que era um cachorro, um animal e não uma pessoa. Só não jogaram num buraco porque chegamos, porque se não tivéssemos descoberto pela Internet ninguém ia nos avisar e com certeza a minha sobrinha seria enterrada como indigente. Estamos chocados e revoltados”.

Geraldo disse que a família pretende  fazer uma denúncia no Ministério Público na segunda feira (02). “Queremos saber quem são os chefes dessas equipes, da polícia e do IML. Cadê o compromisso dessas pessoas com os cidadãos, com os familiares das vítimas”? A RSN tentou contato com o IML por várias vezes, das 23h30 às 23h55, mas as ligações telefônicas não foram atendidas.

Chayane e o namorado Leonardo Schmidt de Almeida seguiam de Curitiba para Laranjeiras do Sul quando o veículo Corola colidiu com uma caminhonete. Chayene era empresária e estudava engenharia elétrica em Curitiba. "Com o impacto da batida, a cabeça da minha sobrinha foi arrancada, enquanto o corpo do rapaz (Leonardo) partiu ao meio". O passageiro da Mitsubishi Kelston Gomes também morreu no local, enquanto Solon Cicero Linhares está internado no Hospital São Vicente em Guarapuava.

 

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Cristina Esteche

Jornalista

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