Familiares de Rodrigo vão ao IML para reconhecimento do corpo

Rodrigo (Foto: Humanos de Guarapuava/Facebook)

Familiares do morador de rua conhecido como Rodrigo compareceram ao Instituto Médico Legal (IML) de Guarapuava para o reconhecimento do corpo, recolhido na noite desta sexta feira (5). Rodrigo foi morto com golpes de faca no começo da noite, na Lagoa das Lágrimas, onde morava no puxadinho de uma sorveteria. Ele chegou a ser socorrido no Hospital São Vicente, mas não resistiu aos ferimentos.

De acordo com o IML, algumas pessoas chegaram com xerox de documentos, mas foram orientados a retornar na manhã deste sábado (6), levando os documentos originais para possibilitar a liberação do corpo.

Rodrigo vivia pelas ruas centrais de Guarapuava e ao Portal RSN, meses atrás, chegou a confessar que morava no Jordão e que escolheu a rua depois que sua família vendeu a casa que possuía no Jordão.

“Eu ando na rua desde molequinho e não quero ir pra nenhum albergue. Só queria a oportunidade de ter uma casa e trabalhar. Eu sei cuidar de jardim, fazer horta, carpir e gosto de correr  para manter a minha forma física em dia”, afirmou numa conversa, mexendo nas pulseiras douradas que enfeitavam seus braços.

O jeito de “pacato cidadão” e a presença diária no Calçadão da XV de Novembro o fez uma pessoa que foi acolhida pela comunidade. Era comum encontrá-lo correndo para “fazer exercício”, como costumava dizer. Pessoa de poucas palavras, além de chamar a atenção pela prática esportiva, se destacava por usar cabelos e barba longos, óculos escuro, sempre acompanhado por três cães.

“Este aqui é o Campeiro, o outro é o Urso e este é o Pingo de Vento”, disse numa noite de frio ao Portal RSN. Foi durante a entrega de agasalhos arrecadados em campanha feita pelo Portal em parceria com a página “Humanos de Guarapuava”.

Patriota, sempre tinha às mãos uma bandeirinha do Brasil. Foi assim na Copa do Mundo e na Semana da Pátria.

A morte violenta de Rodrigo está causando comoção nas redes sociais e em grupos de WhatsApp. “Ele não fazia mal a ninguém” é o comentário que se tornou denominador comum entre quem o conhecia.

Ainda não há informações sobre a causa e a autoria do crime.