Após cerca de seis meses depois que foram despejadas do Acampamento 20 de Novembro, famílias sem terra retornam à área que fica perto da Igreja do Navio, no distrito de Guará, interior de Guarapuava.
A reintegração de posse do Acampamento 20 de Novembro aconteceu em junho deste ano. O local estava ocupado desde 2004.
As primeiras 20 famílias começaram a chegar no local por volta das 6h da manhã desta segunda feira (11) e outras 20 devem chegar na sequência, segundo informou um dos líderes do MST ao portal RSN.
A área de 7,5 mil hectares está nas mãos do grupo Elias J. Cury. Porém, segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), 4,5 mil hectares são de origem pública. De acordo com o líder do MST, o argumento para a retirada das famílias é que no local há grande parte de reserva florestal. “Dizem isso, mas o que vimos aqui é que estão colocando fogo em árvores nativas, acabando com fontes de água para transformar tudo em área de plantio. Isso é crime ambiental”.
De acordo com o MST, o movimento reocupa a área reivindicando que o Incra faça o “assentamento imediato” de todas as famílias acampadas na região. Atualmente são 480 camponeses que esperam a Reforma Agrária na região de Guarapuava.
Com essa reocupação o Incra tem dois problemas fundiários imediatos para resolver na região. A PR 170 entre Guarapuava e Pinhão continua bloqueada, entrando no sexto dia de manifestação. Por enquanto, os manifestantes liberam o tráfego, de acordo com a fila, entre 10 e 15 minutos. Porém, essa trégua acontecerá até esta terça (12). Caso o Incra não atenda as reivindicações, entre as quais, a agilidade da Reforma Agrária na região, o bloqueio será total.
Essa manifestação é uma reação ao despejo de 22 famílias que viviam há mais de 30 anos na Fazenda Alecrim, no interior do município de Pinhão. Outras ações de despejo estavam previstas, mas foram interrompidas temporariamente.