22/08/2023
Política

Farra dos cartões corporativos tem que ser explicada por Requião, diz Rossoni

O deputado estadual Valdir Rossoni, ex-líder da Oposição e presidente estadual do PSDB, relembrou, nesta segunda-feira (09), as inúmeras tentativas dos deputados da bancada da Oposição para obter informações sobre o uso do cartão corporativo no Paraná.
Segundo Rossoni, o primeiro pedido de informações sobre o tema foi apresentado pelo então deputado José Domingos Scarpelini em 2006, que já questionava o uso do cartão pelos servidores da Secretaria de Educação. Na sequência, outros pedidos de informações foram apresentados pela Oposição e muitos deles rejeitados pelos deputados governistas.
“Até que entramos na Justiça para conseguir os extratos dos cartões dos servidores. Com muito custo conseguimos uma vitória, e a Secretaria de Administração enviou à Assembleia uma centena de caixas com os extratos dos cartões”, disse.
Para que fosse possível analisar toda a documentação o então líder da Oposição solicitou a colaboração de um técnico do Tribunal de Contas para emitir um parecer sobre os documentos. O parecer elaborado concluiu que havia a necessidade do envio de informações complementares para que os dados fossem confrontados.
“Um novo pedido de informações foi enviado à Secretaria de Administração, mas esse até hoje sequer foi respondido. O Governo criou todo um esquema para que não pudéssemos investigar a farra dos cartões corporativos. Se tivessem enviado todos os documentos solicitados poderíamos ter chegado a uma conclusão deste assalto aos cofres públicos”, afirmou Rossoni.
O deputado disse estar espantado com o “sumiço” dos documentos que poderiam comprovar a fraude no uso dos cartões corporativos.
“Nós da Oposição, que tivemos a intenção de fiscalizar, não tivemos apoio. Agora, diante de uma briga entre o ex-governador Requião e o governador Pessuti, o tema volta à discussão. Isso comprova que o mau uso dos cartões que tentamos apurar no passado foi verídico”, apontou.
Rossoni disse ainda que o rombo nos cofres do Estado pode ser muito maior do que os R$ 800 mil anunciados até agora.
“Foram quase oito anos de governo Requião. Esse esquema não surgiu da noite para o dia. Nesses oito anos o desvio pelo uso indevido dos cartões pode ter sido superior a R$ 6 milhões, somente na Secretaria de Educação”, relatou. “Imaginem o que acontece nas entranhas deste governo. Quando trouxemos a denúncia aqui na Assembleia não fomos levados a sério. Agora o ex-governador Roberto Requião nos deve todas as explicações sobre o uso dos cartões corporativos durante a sua gestão”.

Cristina Esteche

Jornalista

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