22/08/2023


Mundo

Faxina na Vida

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Começou com uma inquietação que crescia enquanto eu vagava pelos cômodos da casa. De repente, qualquer excesso, amontoado, pote sem tampa, brinco sem par, óculos riscado, meia frouxa ou sapato apertado me causavam angústia física só de olhar. Pensei: está na hora de kondar!

A expressão é baseada em Marie Kondo, uma japonesa miudinha, guru da organização que transformou a arte da arrumação em filosofia. Ela criou um método chamado ´KonMari´, que consiste em manter apenas aquilo que nos faz "felizes". Ensina, inclusive, a pegar um por um dos objetos e perguntar: "isso me traz alegria?", se a resposta for sim, independente da utilidade, a referida coisa é mantida. Se titubear na resposta, já sabe: bye, bye.

Roupas, livros e objetos que não cabiam mais no meu corpo, no meu gosto e nem tinham lugar privilegiado na minha memória, foram descartados, doados ou vendidos. E foi aí que alguma coisa aconteceu. 

A faxina precisava ir além dos armários, e já que tinha começado o trabalho, precisei estendê-la a sentimentos, comportamentos e pessoas. Veja, não é nem questão de comparar gente com coisas, mas a dinâmica acaba sendo a mesma: algumas ligações simplesmente não encaixam mais nas escolhas que me tornam a mulher que eu sou agora. 

Assim foi. Na semana da super lua, bem no meio do olho do furacão anual do fim do calendário, num ímpeto, peguei a 'malinha de mão do meu coração' [Liniker <3] e fechei a porta. Sem estrondo, mas tranquei à chave. A responsabilidade pelo que guardo ou carrego comigo é só minha – e isso é sensacional, ainda que um tantinho assustador.

Ps: Para saber mais sobre a Marie Kondo e sua Mágica da Arrumação: konmari.com

Cristina Esteche

Jornalista

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