Na madrugada deste sábado (7), cerca de 250 pessoas ocuparam a Fazenda São Jorge, localizada na Linha Itapuí, a cerca de oito quilômetros do Centro de Quedas do Iguaçu. De acordo com informações dadas ao Portal RSN, a ação envolve integrantes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL). Trata-se de um movimento que atua pela reforma agrária e urbana em diferentes regiões do país.

PM coíbe a ocupação (Foto: reprodução vídeo Catve)
A Polícia Militar durante a madrugada deslocou efetivos de Laranjeiras do Sul, Cascavel e Francisco Beltrão para conter a movimentação. A estrada que dá acesso à fazenda encontra-se bloqueada em três pontos. Conforme informações, a medida afetou diretamente o deslocamento de moradores e produtores rurais da região. A área encontra-se isolada e sob vigilância com apoio de drones.
De acordo com a PM, uma família que mora na Fazenda foi coagida com o uso de violência e arma de fogo durante a ocupação. Até às 12h deste sábado, entretanto, cerca de 10 famílias tinham deixado a área. Além disso, aproximadamente 20 carros que estavam na sede abandonaram a ocupação. Todos saíram de forma voluntária, conforme informações divulgadas pelo repórter Antônio Mendonça, da Catve.
De acordo com a FNL a atuação se dá por meio de ações diretas voltadas à democratização do acesso à terra e à moradia. Portanto, a ocupação não tem relação com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), de acordo com o coordenador regional do movimento, Jonas Fures. Em áudios que circulam em grupos, ele diz que o MST não está organizando novas ocupações.
Lideranças locais, produtores e entidades sociais acompanham com atenção o desdobramento do caso. No momento, as forças de segurança mantêm negociações para evitar o agravamento do conflito.
CONFLITO FUNDIÁRIO
Essa não é a primeira vez que Quedas do Iguaçu é palco de tensões fundiárias. Nos últimos anos, a região tem sido marcada por disputas envolvendo áreas reivindicadas por movimentos sociais e terras sob posse de empresas privadas ou sob discussão judicial.
Um dos episódios de maior repercussão ocorreu em 2016. Uma operação da PM em área ocupada por famílias ligadas ao MST resultou na morte de dois militantes e dezenas de feridos, gerando protestos e processos judiciais ainda em tramitação.
(*Com informações complementares da Catve)
Leia outras notícias no Portal RSN.