O balanço anual da Ferroeste apontou que cerca de 40% dos volumes carregados desembarca em Guarapuava para beneficiamento. Já 60% segue viagem até o Porto de Paranaguá, de onde a produção embarca para outros continentes, em especial a Ásia. De acordo com o relatório divulgado nesta quinta (10), a movimentação chegou a 1.566.200 toneladas de produtos em 2021.
Reflexo do bom momento vivido pela produção agropecuária a maior parte desse saldo se deve à circulação de grãos. Conforme a empresa, passaram pela Ferroeste, 920.339 toneladas de soja. Os contêineres com proteína animal também engordaram o volume de escoamento. Em 2021, os trens transportaram 384.230 toneladas de carne de porco e frango in natura e congelada.
Para André Gonçalves, diretor-presidente da Ferroeste, os indicativos representaram o comprometimento da empresa com o transporte para os produtores rurais que estão mais distantes do Litoral. “Melhoramos os indicativos em todas as frentes, no volume de grãos e no número de contêineres, o que se traduziu num resultado financeiro cada vez mais positivo. A Ferroeste passou anos sendo deficitária e desde 2019 conseguimos fechar as operações no azul, honrando os compromissos e facilitando o transporte para os produtores rurais que estão mais distantes do Litoral”.
Dessa forma, o lucro operacional da empresa fechou em R$ 5,4 milhões em 2021. Isso representa o crescimento constante que vem desde 2019 (R$ 450 mil) e 2020 (R$ 1,4 milhão). Conforme a Ferroeste, a produção escoada pelos trilhos da estrada de ferro vem das cooperativas instaladas em Cascavel e municípios da Região. Além de caminhões do Mato Grosso do Sul e de outras Localidades.
EXPANSÃO
De acordo com o diretor de produção da Ferroeste, Gerson Almeida, a aplicação de R$ 8,1 milhões em infraestrutura ajudaram no crescimento do transporte de grãos, granéis e contêineres observado. Isso inclui a troca de dormentes e a correção geométrica dos trilhos nos 248 quilômetros do trecho entre Cascavel e Guarapuava.
Além disso, as adequações também diminuíram pela metade o número de acidentes, transformando o escoamento em um dos mais seguros do País. “Ganhamos no deslocamento, o que possibilitou uma melhora no tempo de trânsito”. Ademais também houve uma reforma completa em seis locomotivas e 50 vagões.
Conforme Gerson, a empresa de transporte esta se adaptando à realidade do mercado, “porque o volume de transporte de grãos cresceu 145% nos últimos cinco anos. Precisamos estar cada vez mais preparados”. Para 2022 estão previstas a compra de equipamentos de tecnologia embarcada, como computadores de bordo e detectores de quedas de barreiras. Além da melhora da captação da chamada carga de retorno, que sai do porto em direção ao Interior do Estado.
NOVA FERROESTE
Para aumentar a participação do modal ferroviário no Paraná, o Governo do Estado trabalha na elaboração e aprovação do projeto da Nova Ferroeste. Conforme a Agência Estadual de Notícias (AEN) essa linha vai ser ampliada nos dois sentidos, fazendo a ligação entre Maracaju, no Mato Grosso do Sul e o Porto de Paranaguá.
Conforme o Governador do Estado, Ratinho Junior, está previsto ainda um ramal entre Cascavel e Foz do Iguaçu para captar carga do Paraguai e da Argentina.
É um sonho que estamos tirando do papel. É uma demanda histórica do setor produtivo, por conta da vocação do Paraná para a produção e a logística. Com a nova estrada de ferro, o objetivo é que o Paraná dê um salto produtivo para se tornar uma referência em comércio internacional.
Dessa forma, o projeto está em análise no Ibama. Depois do aceite do Estudo de Impacto Ambiental, será aberto nos próximos dias o prazo para os 49 municípios do traçado solicitarem as audiências públicas sobre as questões ambientais.
Por fim, o projeto deve ir a leilão na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), no segundo trimestre de 2022. O investimento de R$ 29,5 bilhões será feito pela empresa ou consórcio vencedor do leilão, que vai construir e explorar a estrada de ferro por 70 anos.
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