22/08/2023


Geral Guarapuava

Festival Cênico mostrou música e dança na Praça 9 de Dezembro

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Jonas Laskouski

Guarapuava – Para quem passava pela XV de Novembro, em frente a Praça 9 de Dezembro, no final de tarde gostoso dessa quinta feira (10), era quase que impossível não demonstrar algum tipo de reação diante das apresentações que aconteciam ali. Num pequeno palco, era o dia dos espetáculos de música e dança da 6a. Edição do Festival 'Guarapuava Abre as Cortinas', realizado pelo incansável Jones Guerra. Para a edição desse ano, a arte deveria tomar as ruas. E foi o que aconteceu durante essa semana. Mas continuemos sobre ontem…

Na parte musical, teve para diferentes gostos, sem esquecer de ressaltar que todos ali são amadores, alguns estavam se apresentando publicamente pela primeira vez. Teve o rock da banda Horion, o sertanejo da Di Olenka e depois do Thiago Rosário, o pocket popfunk show do Antunes, além dos rockers Nath Santos e Kim Dark Chae. É preciso destacar também a coragem desses artistas, principalmente de um deles, Nilton Sauer Korobinski, aka Mr. Pop. Idade? 18 anos.

Pense comigo… subir num palco em pleno calçadão da XV, cidade de Guarapuava, final de tarde movimentado pra fazer uma performance de rua cantando Edith Piaf, na língua dela, "Non, Je Ne Regrette Rien" é ousadia, hein. Mas não parou por aí, não. De repente, o menino tira a camisa, se livra do cachecol e incorpora uma virgin atrevida cantando o clássico da Madonna com a parte de cima do corpo envolto num outro cachecol amarrado (lembrem que estamos no calçadão da XV e uma coreografia de Like A Virgin não costuma ser das mais discretas). Se o queixo do povo 'tava' caindo, despencou quando ele fez o cachecol amarrado voar longe e com os mamilos cobertos por um 'x' de fita isolante, Madonna deu lugar para 'I Love Rock 'n Roll'. E ainda teve mais: fitas de crepon para lambadear cantando Kaoma e fechando a irreverência, Mr. Pop atacou de rapper, e com letra e rimas fortes, calou algumas poucas bocas que riam e cochichavam, enquanto a maioria que assistia, já tinha entendido o recado e estava aplaudindo. Afinação à parte, o moleque lacrou. Só precisou de um palco e uma dose de valentia.

"No começo o que eu queria era um medley que fosse como um tributo às mulheres ao longo da história da música, e eu também queria celebrar minha versatilidade como artista. E no final não poderia ter sido de outra forma porque tudo casou muito bem. Foi como colar todos os meus cacos.", disse o corajoso Nilton, que há algumas semanas atrás já havia dado as caras no espetáculo Peter Pan. Dessa vez, no Festival Cênico, foi vez de dar a cara à tapa.

Após as músicas, foi a vez da dança. e quem estava lá viu a graça de várias meninas bailarinas em seus grupos, além de outras apresentações. O palco foi do Ministério de Dança Igreja da Fé, Studio de Dança Innovare, Balé Municipal 'Na Pontinha dos Pés', além dos alunos da oficina de Dança da Cia. Cênica Jones Guerra. 

Não foi nada sofisticado, claro. estamos falando de arte de rua, apresentações ali no meio do povo, mas que valem muito pela alma que esses principiantes, novatos e promissores artistas colocam naquilo que se propõe a fazer. Mesmo não saindo como o esperado e o som falhando em alguns momentos, tudo que eles precisavam naquele momento eram palmas, era o público, os amigos e família aplaudindo. Lembrem que estamos em Guarapuava.

O repórter aqui flagrou alguns bons momentos do que rolou ontem, pra casar com o que foi descrito aí em cima. Saca só:

 

Cristina Esteche

Jornalista

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