*Reportagem com vídeo
O Brasil caminha para ser o maior produtor mundial de soja. Atualmente é responsável por 34% da produção mundial. O país responde hoje por cerca de 50% das exportações mundiais. Mudanças no cenário econômico, como a guerra comercial entre China e Estados Unidos, fizeram com que produtores de soja norte-americanos diminuíssem as áreas plantadas em 5% neste ano, em comparação ao último ciclo, o que equivale a uma redução de 1,7 milhões de hectares.
Os dados são do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que estima em relatório divulgado no último dia 11, que o Brasil produza 123 milhões de toneladas de soja na safra 2019/2020, contra 112 milhões dos Estados Unidos, que até então era o maior produtor do mundo.
“O produtor deve-se desafiar. A ideia não é que um [agricultor] produza mais que o outro, mas que se supere”, disse o presidente do Comitê Estratégico Soja Brasil – CESB, Leonardo Sologuren.
Conseguir colher mais soja sem aumentar a área e sem se esquecer da sustentabilidade e da rentabilidade, foi o tema central do Fórum Nacional de Máxima Produtividade de Soja em Londrina, organizado pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), e que revelou na última terça (18), os campeões da 11ª edição do Desafio CESB de Máxima Produtividade de Soja.
De acordo com o presidente do CESB, Leonardo Sologuren, o Fórum instiga os produtores a elevarem os níveis de produtividade, buscando o auxílio de tecnologia e de boas práticas de manejo.
“Nós ainda não conhecemos o potencial produtivo da soja. O que o CESB tenta fazer é partilhar as informações. Não trazemos receita de manejo, partilhamos o resultado dos produtores de soja”.
Isso fez com que a produtividade média dos primeiros colocados das áreas avaliadas nos 10 anos de existência do CESB variasse de 77,8 a 109,4 sacas/hectare, com taxa de crescimento anual de aproximadamente 4,9%. Enquanto que a média nacional, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), apresentou variação de 43,8 a 56 sacas/hectare, crescendo ano a ano aproximadamente 3,5%.
“Esses dados demonstram o potencial produtivo da cultura da soja e estão em consonância com os trabalhos do CESB, que se aliam à força e coragem dos produtores, para fazer com que o Brasil se fortaleça ainda mais mundialmente nesse setor. A ciência e tecnologia são colocadas a favor dos produtores, que trazem esses resultados fantásticos para o agronegócio brasileiro”.
Sologuren também lembra do momento difícil enfrentado nessa última safra, com veranicos sucessivos em algumas regiões, que causaram quebras na produção. “Tivemos condições climáticas totalmente diferentes do ano passado. Portanto temos a expectativa de ver o que os produtores fizeram para enfrentar esse momento de clima adverso e mesmo assim alcançar níveis avançados em produtividade”.
Ao encerrar a fala na abertura do Fórum, Sologuren afirmou que na agricultura não se pode errar. “A agricultura não quebra. O que quebra é o agricultor. Não há espaço para amadores na agricultura. Cada vez mais, o agricultor precisa se superar para sobreviver”.
Assista abaixo, entrevista concedida pelo presidente do CESB ao Portal RSN durante o Fórum.