Da Redação, com assessoria
Foz do Iguaçu – Mais de 1.000 participantes de 60 países diferentes tornarão Foz do Iguaçu a capital mundial da Ecologia entre os dias 27 de agosto e 1º de setembro, quando pela primeira vez o Brasil sediará a 7ª Conferência Mundial sobre Restauração Ecológica – o processo de ajuda à recuperação de um ecossistema degradado, danificado ou destruído. Este evento bienal é o maior encontro mundial de cientistas, profissionais dos setores público e privado, ONGs, decisores políticos e estudantes que trabalham no campo da restauração.
A plenária de abertura acontece entre 10h30 e 12h desta segunda (28) de agosto, no salão Sonata do Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention, com participação de Cristina Paşca Palmer, secretária executiva da Convenção da ONU sobre Biodiversidade; Joaquim Levy, ex-ministro da Economia e agora diretor financeiro do Banco Mundial; Stephen Rumsey, presidente da Permian Global e Rosa Lemos de Sá, diretora executiva do Funbio.
Em todo o mundo, mais de dois bilhões de hectares de terra degradada oferecem oportunidades de restauração – uma extensão maior que a América do Sul. Grande parte está em áreas tropicais e temperadas. Na América Latina e no Caribe, os governos e as partes comprometeram-se a restaurar 20 milhões de hectares como parte da Iniciativa 20×20, que é um sub-compromisso no âmbito do Desafio de Bonn, que pede a restauração de mais de 150 milhões de hectares de áreas degradadas até 2020.
"Investir na restauração ecológica faz sentido do ponto de vista econômico e também ecológico", afirmou Bethanie Walder, diretora executiva da Society for Ecological Restoration. O World Resources Institute (WRI) estima que os US $ 1,15 bilhão já destinados à Iniciativa 20×20 poderiam resultar em retornos econômicos de US$ 23 bilhões nos próximos 50 anos. Isso equivale a cerca de 10% do valor das exportações de alimentos na região. Além disso, este programa poderia sequestrar quase 5 gigatoneladas de CO2 durante esse mesmo período.
"Restaurar 12 milhões de hectares de terras florestais desmatadas e degradadas até 2030, através da restauração florestal, reflorestamento e regeneração natural são um caminho para o Brasil alcançar grandes reduções nas emissões para o Acordo de Clima de Paris", disse Rachel Biderman, Diretora Executiva da WRI Brasil. Restaurar essas áreas também ajudará a mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Com esses compromissos, o Brasil se juntou a muitas outras nações para se comprometer a participar da Iniciativa 20×20 como parte do Desafio de Bonn.
Organizado pela Sociedade Brasileira para a Restauração Ecológica (SOBRE), a Sociedade Internacional para a Restauração Ecológica (SER) e a Sociedade Ibero-Americana e do Caribe para a Restauração Ecológica (SIACRE), a conferência inclui nove aulas magistrais de cientistas de renome mundial, 78 simpósios e oficinas, mais de 500 palestras adicionais, cinco cursos de treinamento e outras oportunidades de trabalho em rede e compartilhamento de conhecimento e experiência. O evento ajudará a construir a capacidade técnica necessária para projetos de restauração em diferentes escalas e em diferentes países.
"No momento em que o Brasil está passando por uma das maiores crises políticas e econômicas e ameaças associadas à legislação ambiental, incluindo propostas para reduzir áreas protegidas, e as responsabilidades geradas pelo desastre de Mariana, a realização de um evento dessa magnitude no Brasil apoia os muitos cidadãos brasileiros que trabalham ativamente e promovem iniciativas nacionais para construir um futuro melhor ", diz Vera Lex Engel, presidente da conferência.
Para mais informações e programação completa, visite: http://ser2017.org/pt/