22/08/2023
Cotidiano

Frequentadores do Café da XV pedem adaptação no local

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Cristina Esteche

O projeto foi criado durante a gestão do ex prefeito Cesar Franco com a ideia de se transformar num encontro de pessoas para comentar e debater fatos políticos de Guarapuava. O Café da XV nasceu para ser uma espécie de “Boca  Maldita”, um protótipo do conhecido  point  que existe em Curitiba no Calçadão da XV de Novembro. O ponto também localizado na Rua XV em Guarapuava, assim como na capital paranaense, é hoje conhecida como a “Boca do Lobo” numa referência à tradução do nome do município do tupy guarani para o português – Lobo Bravo-  e ganhou até uma associação, presidida pelo empresário Antonio Carlos Ferrer.

Se durante os dias da semana o ponto atrai crianças, jovens, adultos para tomar sorvete, em temporada de verão, ou saborear os vários tipos de café colocados à disposição dos clientes, aos sábados,  empresários, profissionais liberais, políticos e quem gosta desse assunto, “batem o cartão” perto do horário do almoço para conversas regadas à caipirinha de vodca com  maracujá, chopp ou café. Mas o “menu” é composto por análises conjunturais, candidaturas e apostas políticas. Em outros tempos, pessoas eram “liberadas”  para espalhar boatos sobre a política local num vai-e-vem incessante.


Clientes se incomodam com o frio e com a falta de sanitários

"Isto aqui existe há 15 anos e falamos de política de futebol e fofocas. Estão falando com a Dilma [presidente] comprou a Copa. Será que é verdade?”disse João Luiz Virmond, o Brasinha. Junto com Roberto Expedito e Arari Carvalho, Brasinha formou coro  reclamando de adequações no local. “Falta uma estrutura de vidro que proteja do vento”, observou. “Guarapuava é um clima frio e os locais devem ser projetados pensando nas baixas temperaturas”, intervém Arari Carvalho. Já Roberto Expedito reclama da falta de sanitários. “Num sábado desses vieram 30 pessoas de São Paulo que tinham vindo a um casamento. Sentaram  e beberam chopp a tarde toda e tinham que ir até o hotel quando sentiam necessidade de banheiro”, comentou Brasinha.

“Esta é a esquina que mais venta em Guarapuava. Tem até uma história que o pai de um-prefeito de Guarapuava usava peruca e passando pela equina o vento encanou. Outra pessoa que também usava peruca estava passando a mesmo tempo e as perucas acabaram sendo trocadas”, conta Arari Carvalho.

“Pode faltar vento, banheiros, mas o que não falta é democracia nas opiniões ”, diz o médico Jena Nicaretta. “Aqui nasceu o nome da construtora  do Valmor Garcia. É Gaeco [Garcia Arquitetura,  Engenharia e Construções]”, brinca Arari Carvalho.  “Aqui não existe credo, raça, cor ou posição social. Somos todos iguais”, diz Brasinha.

As reivindicações e os comentários sobre os  frequentadores e a tônica que rege a “Boca do Lobo” ou Cafezinho da XV, para manter o nome original, tem o aval do presidente da Associação. Ferrer também  concorda com a falta de sanitários e de abrigo contra o frio. “Não existe nenhum projeto de melhorias. É só fechar as laterais com vidro e construir dois banheiros”, defende.


Chiquinho: "Sou contra"

Porém, o concessionário do espaço, Francisco Silvério, o Chiquinho, é contra as adaptações reivindicadas. “Este espaço existe desde 2000 e sou contra qualquer parede de vidro e banheiros. Eu gosto de ar, de curtir o frio e quem vem aqui tem que gostar disso”, desconversou.

Cristina Esteche

Jornalista

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