Com a chegada do inverno, as pessoas ficam focadas na prevenção de gripes, problemas respiratórios e alergias. E muito mais agora com a covid-19. Entretanto, acabam esquecendo da prevenção diária das doenças cardiovasculares. De acordo com o cardiologista Stefan Wolanski Negrão, de Guarapuava, vários estudos mostram que durante o inverno, o risco de infarto é 30% maior do que em outras épocas do ano.
“Vários estudos mostram essa incidência, geralmente quando a temperatura está entre 3°C e 4°C. Porém, no Brasil, por ser um país, onde, na maioria das vezes, a temperatura é alta, essa incidência ocorre geralmente quando a temperatura fica abaixo de 12°C”.
Conforme Stefan, um dos principais motivos é a vasoconstrição arterial. “Quando saímos no frio ocorre o estreitamento do vaso sanguíneo. A gente sente isso no nariz, na orelha, no rosto, nas mãos, no corpo inteiro, inclusive na coronária que é o que transporta o sangue para o músculo do coração. Com a vasoconstrição acontece o infarto”.
De acordo com o médico, as pessoas que sofrem de hipertensão arterial, sedentarismo, diabetes, colesterol alto são mais suscetíveis à doença. No entanto, embora as pessoas com 65 anos acima sejam as mais predispostas, as doenças cardíacas também afetam os jovens. Conforme o cardiologista, ele já fez angioplastia em Guarapuava em mais de 30 jovens com idade inferior a 30 anos. Destes, 10 somente neste ano.
MUDANÇA DE COMPORTAMENTO
As mudanças comportamentais nesta época do ano, contribuem para o aumento dos casos de infartos. Com as baixas temperaturas há a redução da prática de atividade física regulares, da ingestão de líquidos e aumento da ingestão de alimentos calóricos. Conforme Stefan, se faz necessário tomar grande quantidade de água, suco, chá. “Na nossa Região há o hábito de tomar muito chimarrão. Mas é mito o fato de que previne o infarto”.
De acordo com o especialista, o exercício físico aquece o corpo, melhora a disposição e existem muitos alimentos que também podem proporcionar esse bem-estar, sem excesso de calorias. A falta de prevenção é outro ponto abordado pelo especialista.
Em 50% dos casos, o paciente procura atendimento médico quando já está infartando.
Conforme Stefan, o Brasil já soma mais de 230 mil mortes por infarto neste ano. Somente em julho, já são mais de 30,5 mil. Dados americanos mostram que a metade das pessoas com infarto têm morte súbita.
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