Da Redação, com Cinthia Alves
Quedas do Iguaçu – Os funcionários da Caixa Econômica Federal no Paraná aderiram ao Dia Nacional de Luta, nesta quarta (03), realizando paralisações totais e parciais de algumas agências. O objetivo da mobilização nas unidades da Caixa é protestar contra a retirada de direitos, bem como pela manutenção do banco 100% público e pela retomada das contratações.
Em Quedas do Iguaçu, a agência permaneceu fechada o dia todo. Em outras cidades, como Apucarana, Arapoti, Bandeirantes, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Engenheiro Beltrão, Ibiporã, Mamborê, Paranavaí, São José dos Pinhais e Umuarama, os funcionários começaram a trabalhar uma hora mais tarde.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Guarapuava e região (17 municípios), Sandro Zanona, comentou que a agência de Quedas do Iguaçu está operando em situação crítica por falta de funcionários. “É comum ter somente três funcionários. Já conversamos com representantes regionais da Caixa e não houve avanço. É a única agência da Caixa na cidade e impacta diretamente na vida dos cidadãos”.
Os funcionários da Caixa mostraram estar muito preocupados com a reestruturação e a intenção de privatização das empresas públicas pelos políticos brasileiros, segundo Elizeu Galvão, presidente do sindicato dos bancários de Cornélio Procópio e região (18 municípios). “O funcionalismo está entendendo que realmente estamos passando por um momento difícil e que não dá para ficar de braços cruzados”, afirmou.
Na capital, dirigentes sindicais percorreram todas as agências da Caixa distribuindo informativos. A panfletagem foi realizada nas Sedes I e II, no prédio Jurídico (Brasil 21) e nas agências Carlos Gomes, Comendador, Marechal Deodoro, Praça Rui Barbosa e Barão do Serro Azul (5 agências centrais).
O desmonte da Caixa já está em andamento por meio de algumas ações, como a extinção da função de caixa, retirada do adicional de insalubridade dos avaliadores de penhor, extinção das Rerets, perda de função na transferência de agência e a falta de contratação.
Um dos direitos que está sendo retirado é a incorporação de função. Historicamente, o trabalhador que ocupe cargo comissionado por mais de 10 anos tem o direito de manter a remuneração, mesmo que deixe de exercer a função. Com o novo normativo, fica praticamente impossível o exercício desse direito.
“A extinção da função de caixa é inaceitável. E a remuneração do funcionário por minuto trabalhado é um absurdo, além da incorporação de função. Não aceitaremos a retirada de direitos, que foram duramente conquistados ao longo dos anos. Só a mobilização dos trabalhadores pode barrar retrocessos, só a luta te garante!”, afirma Genesio Cardoso, representante do Paraná na CEE/Caixa.
CAMPANHA
“Essa é uma mobilização que se configura como um primeiro passo da campanha salarial nacional. Estamos em um período difícil politicamente porque há uma campanha desse governo ilegítimo que desrespeita os empregados da Caixa, retirando direitos e que ameaça a Caixa 100% pública”, reforça Fabiana Matheus, coordenadora da CEE/Caixa, que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco.