Depois de destruir estradas, pontes, casas e provocar a morte de 16 pessoas em países do Caribe, o furacão Matthew deverá atingir hoje (06) à noite a costa dos Estados Unidos. Por causa disso, cerca de 2 milhões de pessoas que moram no litoral dos estados da Flórida, da Carolina do Sul e da Geórgia estão se deslocando para o interior do país. Esse é o maior êxodo provocado por desastres naturais registrado nos Estados Unidos em um período de dez anos. O deslocamento está sendo orientado pelas autoridades norte-americanas como forma de "proteger vidas humanas" e reduzir prejuízos materiais.
Segundo o Centro Nacional de Furacões de Miami, os ventos fortes estavam, nas últimas horas, na categoria 3, que pode levar à velocidade de 210 quilômetros por hora. De acordo com o centro, no entanto, o furacão poderá passar à categoria 4, quando chegar próximo à costa norte-americana. Isso significa que a força dos ventos do Matthew poderá chegar à velocidade de 250 quilômetros por hora.
Antes de ordenar o deslocamento, os estados da Flórida, da Geórgia, da Carolina do Sul e da Carolina do Norte decretaram estado de emergência. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tinha dois compromissos na Flórida nessa quarta (05) e teve de cancelar a viagem por causa do furacão. As aulas também foram suspensas em várias áreas dos Estados Unidos. Os habitantes da Costa Leste norte-americana estão aceitando, sem criar dificuldades, a orientação das autoridades para que se desloquem para outras cidades, estados ou o interior. Algumas famílias alegam motivos para não sair, entre eles a falta de dinheiro. Nesse caso, as autoridades enviam funcionários ou socorristas à casa das pessoas para dizer que o que está em jogo é a sobrevivência delas e que, por causa da ameaça do furacão, precisam sair. A evacuação das pessoas está sendo feita com mais intensidade na Geórgia, na Flórida e na Carolina do Sul, locais que serão atingidos de maneira mais drástica pelo furacão.
Por causa do deslocamento, o trânsito está bastante engarrafado nas estradas da Geórgia, Flórida e Carolina do Sul. Também faltam produtos nas prateleiras de supermercados de várias cidades a serem atingidas. As pessoas estão comprando alimentos, produtos de limpeza e água para estocar. Alguns postos de gasolina também tiveram que fechar por falta de combustível devido à grande procura.
Numa preparação para a chegada do furacão aos Estados Unidos, o serviço norte-americano de meteorologia alertou a população para a possibilidade de "perdas de vida" e "imenso sofrimento humano" para quem não tomar as medidas de precaução sugeridas pelas autoridades. O serviço de meteorologia também fez um alerta para o risco de danos em residências e em prédios públicos e informou que alguns locais a serem atingidos pelo furacão poderão ficar "inabitáveis por semanas".