segunda-feira, 2 de jun. de 2025
Blog da Cris Paraná

Fusão partidária redesenha disputa pelo governo do Paraná

Fusão traz situações como o desfavorecimento do senador Sergio Moro. Outros partidos também se movimentam e há resistências

Nova Federação: PP e União Brasil (Foto: PP)

A formação da superfederação entre União Brasil (UB) e Progressistas (PP) deve redesenhar profundamente o cenário político no Paraná. Uma das situações mostra o desfavorecimento do senador Sergio Moro. Com os comandos estaduais enfraquecidos, o controle da nova sigla tende a migrar para Brasília, nas mãos de Ciro Nogueira (PP) e Antonio Rueda (UB). Se isso ocorrer, abre espaço para decisões centralizadas e alinhadas a interesses nacionais.

Sergio Moro (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

Esse movimento ameaça diretamente o projeto de Moro. Afinal, ele articula candidatura ao governo do Estado em 2026. Caso o grupo de Ricardo Barros (PP) assuma o comando local da federação, a legenda pode negar apoio à candidatura de Moro. A tendência é de lançar nomes como Cida Borghetti (ex-governadora) ao Executivo e Pedro Lupion ao Senado.

Com isso, Moro corre o risco de ser ‘rifado’ dentro do próprio partido. E, sem União Brasil, restaria a ele apenas partidos nanicos, com pouco tempo de TV e escassos recursos. Ou seja, um cenário quase inviável para uma candidatura majoritária competitiva.

Felipe Francischini (Foto: divulgação)

Além disso, o atrito interno entre os grupos de Felipe Francischini e do próprio Moro enfraquece ainda mais a coesão partidária. Francischini, até então presidente do UB no estado, também vê o espaço dele minguar diante da nova configuração.

OUTROS SE MEXEM

Beto Richa e Álvaro Dias (Fotos: Senado Federal e Câmara dos Deputados)

Enquanto isso, outros blocos políticos se mexem. PSDB e ‘Podemos’ avançam na fusão, e a disputa pelo comando estadual opõe Beto Richa e Álvaro Dias. Se Beto conta com o apoio de Renata Abreu, Álvaro encontra-se em desvantagem por estar sem mandato. Entretanto, a definição da presidência no Paraná ficou para junho.

Deltan Dallagnol Foto: (Arquivo RSN)

No campo bolsonarista, PL e ‘Novo’ articulam uma possível aliança para 2026. O nome de Paulo Martins (PL) é cotado ao governo, enquanto o Novo gostaria de indicar Deltan Dallagnol ao Senado e, possivelmente, a esposa dele, Fernanda Dallagnol, a vice. Mas há resistência: o deputado Filipe Barros defende uma chapa ‘puro-sangue’. Apesar dessas tratativas, o Novo mantém vínculos com o PSD de Ratinho Junior, o que pode dificultar um alinhamento definitivo com o PL.

No fim, a fusão entre União Brasil e Progressistas mais embaralha do que organiza. E para Sergio Moro, o risco de ser alijado da corrida ao Palácio Iguaçu é real. Não por falta de apoio popular, mas por um xadrez partidário onde ele, cada vez mais, perde espaço no tabuleiro.

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Cristina Esteche

Jornalista

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