Gaeco cita nome de Cleto na lista dos envolvidos

Cristina Esteche

O nome do vereador Cleto Tamanini (PTC), de Guarapuava, está na lista dos diretores da Receita Estadual envolvidos na Operação Publicano, que investiga uma suposta organização criminosa formada por auditores fiscais, contadores e empresários para facilitar a sonegação fiscal mediante o pagamento de propina. O vereador nega a acusação e diz que não está nem um pouco preocupado. “Não estou envolvido de jeito nenhum”, afirmou à Rede Sul de Notícias.

O nome de Cleto está relacionado em matéria publicada pelo jornal Gazeta do Povo, edição dessa quinta feira (11), num cronograma que mostra os envolvidos, segundo investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público do Paraná (MP). Foi o Gaeco quem deflagrou a operação na manhã de ontem quarta feira (10) para cumprir a prisão de 68 pessoas ligadas ao esquema, em Londrina, Maringá e Curitiba.

A previsão é de que somente no ano passado a quadrilha possa ter movimentado R$ 38,4 milhões nessas três cidades.

As investigações do Gaeco atingem em cheio o governador Beto Richa (PSDB), já que entre  os presos, estão Luiz Abi Antoun, primo do governador. Segundo o Gaeco, Luiz Abi é o “chefe político” do esquema e é descrito como “eminência parda” do governo do Paraná. Beto Richa  e o PSDB negam que tenham recebido parte das propinas recebidas de empresários para aliviar débitos. Em nota Richa disse que o Governo é o maior interessado nas investigações e que “se houve prejuízo à arrecadação do estado do Paraná, que seja também levantado e, havendo culpados, que sejam punidos.”

Apenas em 2014, o Gaeco apurou que R$ 38,4 milhões de propina foram arrecadados somente nas delegacias da Receita de Curitiba, Londrina e Maringá. Porém, o esquema teria braços em pelo menos outras 15 delegacias da Receita Estadual.

As informações foram repassadas em delação premiada, em maio deste ano, pelo auditor Luiz Antônio de Souza.