O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou uma operação nesta terça-feira (10) para prender vários policiais civis e militares que estariam envolvidos com o jogo ilegal no caso que ficou conhecido como "mansão cassino". Entre os presos pelo Gaeco está o ex-delegado-geral da Polícia Civil Marcus Vinicius Michelotto.
O caso que volta à tona após quase 11 meses depois reacende a briga interna entre o Gaeco e a Polícia Civil. Para quem não lembra do fato a “mansão cassino” foi estourada por policiais que faziam protestos contra a diretoria da Polícia Civil em janeiro de 2012. A mansão funcionava como cassino no bairro Parolin, em Curitiba. A operação desta terça-feira (10), coordenada pelo Gaeco, com o apoio da Polícia Civil e da Polícia Militar, provocou a reação de entidades. Segundo a Gazeta do Povo, edição desta terça-feira (10), o presidente do Sindicato dos Delegados do Paraná (Sidepol), Cláudio Marques confirmou a prisão de Michelotto. “Acho muito estranho se for isso [investigação relacionada ao caso mansão cassino”, disse, se referindo ao fato de a instigação ser um caso antigo.
Para o policial, a prisão do Michelotto se tornou uma coisa pessoal entre o Gaeco. “E o Gaeco quer fazer investigações, mas não tem estrutura e não tem coragem de investir nisso.” Segundo ele, o Gaeco não teria coragem de fazer investigações “no que realmente importa, que é o crime organizado.”
O advogado Milton Miró Vernalha Filho, do Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol), classificou a ação do Gaeco como sendo um “show midiático”. “Tudo indica que há uma usurpação da função pública por parte do Gaeco. Parece que é um projeto político do Gaeco para tomar a Polícia Civil para si. Se trata de um show midiático para atingir o secretário e o governador.”
Filho disse ainda que houve outro delegado preso na operação. Geraldo Celezinski, que atuava no 5º Distrito Policial, na época da operação, também estaria no Gaeco, conforme o advogado. As prisões, tanto de Michelotto quanto de Celezinski, são temporárias, com prazo de cinco dias e prorrogáveis por mais cinco.
Com Gazeta do Povo