O Ministério Público do Paraná (MPPR) por meio do Núcleo de Guarapuava do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), apresentou 54 denúncias criminais relacionadas à Operação Damna.
A operação deflagrada em dezembro de 2021, apurou ilícitos ligados a golpes financeiros praticados por meio de duas empresas do ramo de investimentos. Conforme as informações, se trata da BTK e da Acertt.
Dessa forma, o Gaeco sustenta que os 12 requeridos nas ações penais, sócios e empregados das empresas, cometeram crimes de organização criminosa. Sendo eles, lavagem de ativos, estelionato, favorecimento real e falsidade ideológica, entre outros.
Assim, as denúncias são de 400 representações criminais feitas ao MPPR por pessoas que acabaram lesadas pelos grupos empresariais. Desse modo, considerando apenas essas vítimas, os denunciados chegaram a captar cerca de R$ 40 milhões.
Além das ações penais, o Ministério Público obteve o sequestro judicial de valores das empresas e dos sócios, no total de R$ 16.696.797,03. Incluindo também o confisco de imóveis e veículos de luxo. Esses bens devem ser destinados ao ressarcimento das vítimas. Um grupo é alvo de 40 ações e o outro de 14, com seis réus citados em cada uma.
PROMESSAS ENGANOSAS
Conforme relata o Gaeco nas denúncias, as empresas estabeleceram um ‘esquema ponzi’. O grupo causava prejuízos milionários a centenas de pessoas, principalmente em Guarapuava. Isso porque, as vítimas eram atraídas com a promessa de investimentos de alta rentabilidade em operações na bolsa de valores. Elas eram informadas que poderiam obter lucros de 4% a 12% ao mês, supostamente sem qualquer risco.
Mas por meio de auditorias, o MPPR demonstrou que na verdade, as empresas apresentavam prejuízos milionários. Pois as operações eram de day trade, um tipo de negociação utilizado no mercado financeiro. Todas as vítimas receberam informações sobre o número das respectivas ações penais, que estão em trâmite perante a 1ª Vara Criminal de Guarapuava.
ESQUEMA PONZI
Diferente da pirâmide financeira, esse sistema funciona sem a captação em cadeia de recursos. Ou seja, o suposto investidor, a vítima não precisa angariar outros para ao manutenção do golpe. A captação de investidores fica a cargo do idealizador do esquema ou associados.
Nesses casos, os criminosos induzem o investidor em erro, prometendo grandes rentabilidades sobre o capital investido. Mas, na verdade, as remunerações mensais das vítimas são pagas com os valores dos novos clientes cooptados.
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