Geração de renda para costureiras e experiência aos bolsistas

 

 

Através do programa Universidade Sem Fronteiras (USF), subprograma Extensão Tecnológica Empresarial, financiado e desenvolvido pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), a Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro) promoveu o desenvolvimento do projeto “Cooperativa das Costureiras da Associação dos Moradores do Bairro Industrial do Xarquinho”.

O projeto existe desde 2008, coordenado pela professora Raquel Virmond Rauen Dalla Vecchia, do Departamento de Economia da Unicentro, com objetivo de assessorar a organização de um novo empreendimento a partir da implantação da Cooperativa de Costureiras no Bairro Industrial Xarquinho (Cocbix), em Guarapuava-PR, que originou uma associação para produção de vestuário.

Um pontos fortes do projeto é a experiência propiciada aos bolsistas (graduandos e recém-formados). Para o estudante de Administração Diego da Conceição, “uma coisa é você sentar na sala de aula, ouvir o professor falar, fazer os trabalhos e as avaliações. Outra bem diferente é na cooperativa, onde eu tenho conflitos e problemas reais, que não são estudos de caso ou simulações e a sua reação diante deles acaba sendo diferente também”.

O estudante afirma que, por meio do projeto, coloca os conhecimentos adquiridos em sala de aula em prática, pois auxilia na parte operacional, produção e desenvolve um projeto de marketing para a cooperativa, buscando aumentar o mercado. Outra ação realizada pelos bolsistas promoveu economia na associação, pois foi realizada uma ampla pesquisa de fornecedores, conseguindo aquisição de material 30% mais barato.

Já para a bolsista recém-formada em Ciências Contábeis, Lorena de Toledo Ferraz Alves, o grande desafio foi a abertura da cooperativa. Ela relata que reunir a documentação necessária, levar para a Junta Comercial e para Receita Federal, para que fossem aprovadas, foi muito difícil. “Foi uma escola. Estou no projeto desde o início e auxílio na área contábil, mas a abertura da empresa foi uma escola em que aprendi muito. Para quem está começando e nunca mexeu com isso é difícil. O processo é burocrático e demorado. Nós levamos um mês e meio só mexendo com documentação para a abertura da cooperativa. Isso é uma coisa que nós não aprendemos dentro da faculdade”, declarou a jovem contadora, que atualmente auxilia na parte de custos, produção e venda de produtos.

O projeto, que é desenvolvido em um dos bairros mais pobres de Guarapuava, surgiu da necessidade de aumento de renda entre as costureiras do bairro Xarquinho. A presidente da Cocbix, Rosinha Castro de Jesus, afirma que antes do projeto a concorrência entre as costureiras do bairro era grande e que sempre faltava trabalho. Ela contou que “tem surgido bastante encomenda, está até faltando costureiras” e destacou que “a renda dobrou e tem possibilidade de aumentar ainda mais, porque tem surgido muito trabalho”. A presidente ressalta que estão sendo treinadas 12 costureiras e que desse treinamento, as melhores serão contratadas.

Rosinha considera que foi determinante a contribuição do projeto, vinculado ao USF. “O apoio técnico do projeto é muito importante, abriu caminhos, tirou nosso medo, porque tínhamos muita dificuldade na área administrativa e de contabilidade, e se não fosse essa equipe, nós não tínhamos conseguido montar a cooperativa”, arrematou.

A coordenadora do projeto, professora Raquel, lembrou que antes as peças eram produzidas na associação, que era um espaço pequeno e precário. “Essa foi a nossa primeira batalha. Pois para formar uma cooperativa, era necessário ter um endereço e nós não tínhamos. Um empresário cedeu este espaço, não pagamos água e luz, o que é um alívio nas finanças e acaba aumentando a renda das cooperadas. Foi realizado um contrato de comodato, até elas conseguirem outro local e se não conseguirem ele se propôs a renovar o contrato”, contou ela.

Para a viabilização do projeto, também foram estabelecidas algumas ações, para a conscientização das costureiras sobre a importância do empreendimento e do trabalho em cooperativa. Foram realizadas reuniões com a equipe para discutir e planejar as ações que deveriam ser desenvolvidas mensalmente e avaliar os resultados das atividades desenvolvidas. Os bolsistas do projeto fizeram visitas técnicas, elaboração de material e apostilas para a realização de cursos, palestras e dinâmicas. Além de uma parceira com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para realização dos cursos de capacitação para a produção de peças de vestuários.

 

Fonte: Assessoria