22/08/2023


Guarapuava Segurança

Golpes em empresas públicas e privadas ‘nasciam’ em Guarapuava

Golpes eram aplicados em prefeituras, usinas, universidades, empresas de transporte, assembleias legislativas. Duas pessoas foram presas

delegado SP

Delegado Sthefano Rabecini, da Seccional de Presidente Wenceslau deflagrou operação contra golpes em Guarapuava(Foto: Gilson Boschiero/RSN)

Duas pessoas presas preventivamente e sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta terça (1) em Guarapuava. De acordo com o delegado da seccional de Presidente Wenceslau (SP), Sthefano Rabecini, 53 policiais chegaram à cidade na noite dessa segunda (30). Assim, a partir das 6h de hoje saíram para cumprir ordens judiciais.

Conforme o delegado, trata-se da operação Engodo que investiga estelionatos cometidos contra prefeituras, assembleias legislativas, usinas, universidades em São Paulo e outros estados brasileiros. Além de empresários e políticos, as vítimas também são operadoras de telefonia.

De acordo com Rabecini, no Paraná, ainda não há informações sobre vítimas do golpe. Porém, os indícios apontam que Guarapuava seria a base dos estelionatários.

Apesar dos golpes serem aplicados em várias partes do país, os golpistas utilizavam apenas notebooks e aparelhos celulares. Assim, a ponta do iceberg foi identificada a partir da prisão de um dos estelionatários em setembro do ano passado em Santa Catarina. “Foi a partir da conta de uma prefeitura da nossa seccional que descobrimos o esquema”.

Aparelhos utilizados pelos golpistas (Foto: Gilson Boschiero/RSN)

A LOGÍSTICA

O delegado Sthefano Rabecini descreveu o esquema como sendo ‘inteligente’. Conforme o policial, os suspeitos abriam empresas fictícias e contas bancárias com documentos falsos. “Eles entravam em contato com as vítimas por telefone. Ofereciam vantagens dizendo que a fatura (verdadeira) estava com erro e que outra seria reenviada, por e-mail, e com desconto”. Com o passar do tempo, segundo o delegado, as vítimas passavam a confiar e a pagar, lesando operadoras e sendo lesadas. “Teve uma prefeitura que ‘pagou’ as contas durante um ano”.

Outro cuidado tomado pelos golpistas é que eles nunca se falavam entre si, por celular. E que o aparelho usado para a fraude não eram da mesma operadora que emitiam as faturas “Todos se identificavam como sendo representantes do setor corporativo das operadoras”.

Assim, em oito meses de investigação, a polícia já identificou uma soma de R$ 927 mil em faturas emitidas. Entretanto, ainda não há confirmação se todo esse valor foi recebido pelos estelionatários.

Embora o que tinha para ser feito em Guarapuava já está concluído, as investigações estão apenas começando, segundo o delegado. “Vamos encaminhar os dois suspeitos para o sistema prisional em São Paulo para ver se colaboram. Aqui eles não estão querendo colaborar.”

Conforme o delegado, ambos são reincidentes no mesmo golpe, porém, tinham sido presos, mas separadamente.

ALERTA

Para evitar qualquer transtorno o delegado Sthefano Rabecini orienta os usuários de telefonia celular. “Para se ter a garantia da autenticidade da fatura utilize apenas os aplicativos das operadoras”.

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Cristina Esteche

Jornalista

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