Governar é mais que gerir!

Um certo dia, conversando com um deputado sobre candidaturas a prefeito e ele me disse: ‘fulano’ é muito bem sucedido nos negócios pessoais. Na visão do deputado, o sucesso empresarial do candidato o ‘cacifava’ para administrar Guarapuava. Mas isso não me saiu da memória, mesmo porque discordei dessa afirmação.

Administrar uma cidade e gerir uma empresa, no meu entendimento, são tarefas complexas, mas com propósitos e responsabilidades distintos. Enquanto as empresas focam no lucro e valor para acionistas, a gestão pública busca o bem-estar coletivo. Portanto, é preciso atender as necessidades humanas como saúde, educação e segurança. Prefeitos e secretários precisam conhecer profundamente a legislação pública e adaptar ferramentas do setor privado para garantir legalidade, transparência e equidade na administração.

Na gestão municipal, as decisões impactam milhões de pessoas e abrangem diversas áreas interligadas. Projetos de infraestrutura, por exemplo, demandam análise de impactos sociais, culturais e ambientais. Além de habilidades de mediação para lidar com demandas conflitantes entre diferentes grupos. Para isso, é preciso ter habilidade política. Esses desafios tornam a gestão pública mais complexa e multifacetada do que a administração empresarial. Há coisas emergenciais. Não se pode dizer que daqui um ano, por exemplo, um parque máquinas vai estar recuperado para arrumar estradas. E ainda pedir para que a população tenha paciência.

Ainda bem que não ouvi esse absurdo de nenhum prefeito. Ou será que estou enganada?

NÃO É FÁCIL

Estar prefeito, não é uma tarefa fácil. Afinal, o gestor público também enfrenta limitações orçamentárias e forte controle social. Além de regras rigorosas como a Lei de Responsabilidade Fiscal. Para superar essas restrições, é essencial dominar processos como o ciclo orçamentário, licitações e parcerias público-privadas (PPPs). Além disso, prefeitos devem liderar equipes multidisciplinares, motivando servidores públicos com um senso de missão e propósito.

Por fim, a transparência e a comunicação são pilares da gestão pública. Os cidadãos têm direito à informação e à participação nas decisões, o que exige plataformas acessíveis e audiências públicas. Diferentemente do setor privado, o gestor público não busca apenas eficiência, mas um compromisso ético e empático com o bem comum, garantindo que as políticas atendam às reais necessidades da população.

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