da Redação com assessoria, e fotos de MBA Nacional e Correio do Lago
Curitiba – A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) repudiou a violência com que foram tratadas as famílias de agricultores atingidos pela barragem do Baixo Iguaçu, em Capanema (PR). No fim da tarde desta quinta feira (08), a Polícia Militar entrou em confronto com os moradores e a situação ainda está tensa nessa sexta (09).
Cerca de 150 famílias ocupavam a entrada do canteiro de obras da Usina Hidrelétrica do Baixo Iguaçu. Havendo resistência, o governador Beto Richa (PSDB) ordenou o uso de força policial para expulsar os atingidos. Segundo relatos, balas de borracha e gás lacrimogêneo foram utilizados pela PM e há informações de que ao menos três pessoas ficaram feridas.
Os moradores estavam acampados no local desde segunda feira (05) para reclamar do pouco avanço na negociação das indenizações pelas terras atingidas com a construção da barragem. O valor que estaria sendo oferecido é bem inferior ao de mercado, o que inviabilizaria a compra de outra área do mesmo padrão.
Cerca de 800 famílias serão atingidas pela barragem, sendo que diversas casas da região vão sumir por completo. A usina terá impacto direto sobre cinco municípios: Nova Prata do Iguaçu, Capitão Leônidas Marques, Capanema, Planalto e Realeza.
O consórcio responsável pelas obras da barragem é formado pela empresa Neoenergia e a Copel.
“Essas famílias já estão sofrendo com a saída das suas terras e merecem o mínimo de dignidade e respeito. Têm o direito de receber uma indenização justa e não podem ser tratadas com violência. Já estou em contato com o Ministério de Minas e Energia para que tome as providências assim como a Defensoria Pública para que envie representante ao local. A Comissão de Direitos Humanos do Senado também já foi avisada. Não vamos permitir violência para com as famílias. Denunciaremos também internacionalmente”, destacou Gleisi.