Cristina Esteche
Guarapuava – A produção de materiais jornalísticos por parte da disciplina Projetos Experimentais tem chamado a atenção pelo nível dos trabalhos apresentados. Sob a responsabilidade da professora Ariane Pereira, doutora em Comunicação, a matéria faz parte da grade curricular do quarto ano de Jornalismo da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro).
“É bonito ver o amadurecimento dos alunos, após quatro anos de curso”. Segundo Ariane, o jornalismo tem que fazer as pessoas sentirem dor de estômago. A referência é ao último trabalho apresentado por cinco acadêmicos do quarto ano, sobre a violência contra a mulher. Composto por um livreto, spots para radio e um documentário, o trabalho "Florescer", mostra imagens de mulheres que foram violentadas psico-patrimonial-sexual e moralmente.
O material foge do lugar comum ao mesmo tempo em que se utiliza de fatos reais do próprio tema, e faz uma imersão num assunto complexo, profundo e que só pode ser sentido quando se é vítima, quando se convive com essa situação.
O material em vídeo, principalmente, expõe casos reais a partir de depoimentos de mulheres violentadas em Guarapuava. Tratam-se de atendimentos realizados pela Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres que, de forma anônima, expõe uma das piores mazelas da sociedade. Um problema que coloca Guarapuava no 10º lugar do ranking da violência contra o gênero no Paraná.
Um recorte dessa realidade mostra relatos de quatro mulheres que tem “tatuadas” no corpo e na mente as marcas das agressões, mas que, cansadas, resolvem dar um basta, pedem ajuda e recomeçam ao lado dos filhos, sem homens e sem violência.
O material foi entregue à Secretaria de Política Públicas para Mulheres e será apresentado em encontro estadual em Curitiba.
O trabalho elaborado pelos graduandos Caio Budel, Isabela Lessak, Nádia Mocelin, Naiara Persegona e Priscila Schran, sob a supervisão de Ariane Pereira, evidencia um dos pontos mais importantes da jornalismo: a responsabilidade social.
Da esquerda para direita: Caio, Isabela, Nádia, Priscila e Naiara, criadores do Florescer (Foto: divulgação)