Os fiscais agropecuários federais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) entraram em greve hoje, segunda-feira (06), conforme anunciado na semana passada. A paralisação atinge uma série de atividades do agronegócio e pode gerar desabastecimento interno dentro de poucos dias, já que os servidores são responsáveis pela liberação das exportações e importações em aeroportos, portos e aduanas. Também fazem o controle do fluxo de produtos do agronegócio no interior do país, inclusive em frigoríficos.
De acordo com o delegado sindical da categoria no Paraná, Ailton Santos, a adesão ao movimento foi maciça em todo o país. Os 3.246 servidores cruzaram os braços em todos os estados da federação.
“Nós estávamos conversando com o Ministério até o último dia 25, quando as negociações foram interrompidas. Diante disso, a paralisação foi aprovada em assembleia”, explica. Ainda segundo o representante, até o momento, não houve sinalização por parte do Mapa para retomada das conversas.
Os servidores reivindicam uma série de medidas para a reestruturação do plano de carreira de fiscal agropecuário. Uma é o fim das nomeações a mando de partidos políticos. “Hoje os partidos influenciam a decisão. Há dois anos pedimos a seleção interna por meritocracia, critérios técnicos. Basta o ministro da Agricultura [Mendes Ribeiro] regulamentar o decreto 7.127”, aponta.
Os fiscais agropecuários exigem ainda a reposição da força de trabalho por meio de concurso público. A categoria calcula que sejam necessário mais 1,5 mil servidores, sendo cerca de 250 para o Paraná.
Ainda faz parte da lista de reivindicações a reposição da inflação dos últimos três anos.