22/08/2023
Cotidiano

Grupos de trabalho apresentam propostas na Conferência Estadual da Comunicação

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Representantes da sociedade civil, do setor empresarial e do poder público apresentaram neste domingo (8), em Curitiba, as propostas que serão enviadas como contribuição paranaense à Conferência Nacional da Comunicação, a ser realizada em Brasília no mês de dezembro. Os temas apresentados abrangem a produção de conteúdo, direitos autorais, meios de distribuição, banda larga, software, cidadania, educação na mídia, inclusão digital e acessibilidade.
As propostas foram discutidas durante a Conferência Estadual da Comunicação e organizadas por seis grupos de trabalho. “Pensamos em comunicação como um direito de todos. Nós propomos a desburocratização da concessão para rádios comunitárias. A informação deve chegar a todos os cidadãos, principalmente àqueles que não têm condições financeiras”, opinou a socióloga e idealizadora da Associação Solidária para a Democratização da Informação, Maria Inez Gomes.
Para a socióloga a discussão de temas referentes à mídia e a criação de conselhos de comunicação são essenciais para o encaminhamento de questões como a concessão de rádios. “Em Londrina temos rádios comerciais muito fortes, que dominam o mercado. Aguardamos a concessão da rádio há dez anos. Enquanto isso desenvolvermos o projeto de um jornal comunitário, que divulga as idéias, reivindicações e o cotidiano de movimentos sociais da região Sul de Londrina”, disse Inez.
Miguel Bueno Filho, engenheiro e representante da Associação de Empresas de Telecomunicações – Telebrasil, ressaltou a importância de programas que garantam banda larga para a população. “Em cinco anos poderíamos atender 75% da população com o serviço de banda larga. É preciso um esforço conjunto das empresas de telecomunicações e do poder público, principalmente na questão da tributação para a viabilização de projetos. Este tipo de parceria é importante para a flexibilização das normatizações e para elaboração de soluções técnicas”, acentuou Bueno Filho.
“A Telebrasil reúne a Embratel, a OI, a GVT e a Net. A idéia é ter um serviço em grande escala e mais barato. A conferência é uma oportunidade de discutir estes temas e de aperfeiçoar a comunicação”, acrescentou Bueno Filho.
Para Igo Martini, presidente do Centro Paranaense de Cidadania e representante do movimento social de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transsexuais – LGBT, o evento teve uma boa mobilização, com grande participação do interior, e isso se deve, em parte, aos pré-eventos realizados. Segundo Martini, o evento significou um grande avanço para a comunidade LGBT. “Conseguimos a adesão de diversos movimentos sociais e as propostas contra a discriminação foram aprovadas por maioria absoluta”, disse. “Isto demonstra que a sociedade está aberta e sensibilizada”, ressaltou.
Maigue Gueths, repórter do jornal Folha de Londrina e diretora do Sindicato dos Jornalistas do Paraná, disse que gostou do resultado da conferência. “Ter este debate era uma briga de anos, tivemos várias conferências preparatórias no interior do Estado”, afirmou. Ela disse ainda que seria necessário mais tempo para aprofundar o debate, devido ao grande número de propostas apresentadas. “O anseio era grande, por ser a primeira conferência, talvez aí esteja o motivo da grande quantidade de propostas”, disse. Para Maigue, um dos pontos de grande relevância é a continuidade do debate, com a realização de conferências a cada dois anos.
Plenária: apresentação de propostas. Foto: Arnaldo Alves / AENotícias.

Cristina Esteche

Jornalista

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