22/08/2023
Guarapuava Paraná Saúde Tecnologia

Guarapuava agora será conhecida como sede do Vale do Genoma

O Vale do Genoma contará com uma venture builder. Trata-se de um tipo de organização com foco no desenvolvimento de novas empresas

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Autoridades prestigiam o lançamento do Vale do Genoma (Foto: Jonathan Campos/AEN)

Guarapuava é a sede do Vale do Genoma, um novo ecossistema de inovação voltado à pesquisa genética e à inteligência artificial aplicadas à saúde. Isso porque o ecossistema, se tornou oficial com o lançamento do governador Ratinho Junior nesta segunda (21). A solenidade ocorreu de forma on-line com parceiros do projeto. O Portal RSN transmitiu o lançamento.

De acordo com a proposta, o Vale do Genoma,  tem como objetivo se tornar um polo de startups ligadas à pesquisa genômica. Além de englobar também as áreas de meio ambiente e agropecuária. A iniciativa foi criada pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). E envolve atores da academia, iniciativa privada e sociedade civil. Ou seja, uma articulação conhecida como quádrupla hélice.

REFERÊNCIA PARA O MUNDO

Conforme o governador, o ativo cerebral que o Paraná ultrapassa 20 mil doutores e é muito importante. Todavia, segundo Ratinho Junior, às vezes, ele ficava distante do setor produtivo. “A pesquisa aplicada é transformadora e de forma muito dinâmica colabora para a qualidade de vida do cidadão, com o desenvolvimento social e sustentável de uma região. Assim, nossa visão é de unir esse setor produtivo, acadêmico, empresarial e privado para que possam conversar. E construir em conjunto soluções para a nossa sociedade, para o bem da nossa população”.

Ele disse também não ter dúvidas de que o Vale do Genoma vai ser uma referência no mundo. “Ele já nasceu grande e com oportunidade de reunir muitos talentos. É um orgulho poder participar deste momento histórico do nosso Estado e da ciência brasileira”.

Embora o Paraná inicie a implantação do Vale do Genoma, em Guarapuava, o objetivo da iniciativa é ampliar a prospecção de novos parceiros empresariais nas áreas correlatas. Principalmente à identificação de oportunidades de negócios inovadores, contribuindo para a competitividade do setor produtivo.

ESTRUTURA

O Vale do Genoma terá como uma de suas plataformas tecnológicas o Instituto para Pesquisa do Câncer (Ipec) de Guarapuava, na Cidade dos Lagos, bairro planejado inteligente no município.

Conforme o projeto, as atividades do empreendimento terão foco no desenvolvimento de produtos e serviços viáveis para o mercado. Para tanto, a estrutura laboratorial vai dispor de equipamentos de última geração para o armazenamento e processamento de dados.

Para o David Livingstone Alves Figueiredo, presidente do Ipec, o Vale do Genoma surge como algo singular. “Trata-se de uma experiência única no País, que traz uma quádrupla hélice para construir, em esforço conjunto, um ambiente inovador”. Ele é também o coordenador do curso de Medicina da Unicentro.

“É uma mudança de paradigma nessa relação que envolve academia e empresas. Os campos de atuação são muito amplos. O vale vai atuar na área de alimentos, agricultura, pecuária, biotecnologia, além de uma ênfase na saúde humana. Os impactos se tornarão visíveis nas diferentes áreas do conhecimento e no desenvolvimento econômico do Estado”.

De acordo com David, um conselho lançado em março administra o ecossistema. Assim, é composto pelo Governo do Estado (Seti e Fundação Araucária); dois institutos de tecnologia (Ipec e Centro de Inovação no Agronegócio (Ciag). Além das instituições Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia (FSNT) e Associação Cilla Tech Park.

CONEXÃO

O grande diferencial do Vale do Genoma é a conexão da academia, por meio do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação do Paraná (Napi Genômica), com a iniciativa privada. Ambos atuarão na busca de soluções e inovações que impactem a qualidade de vida.

Dessa forma, isso ocorrerá por meio do compartilhamento de recursos humanos e logísticos. Como por exemplo a infraestrutura física e setores jurídico, contábil e mercadológico.

De acordo com o projeto, a instituição vai capitalizar, acelerar e escalonar empresas e startups. Porém, de acordo com os estudos e soluções propostas pelos pesquisadores.

DESENVOLVIMENTO

Para o superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Nelson Bona, o mercado está cada vez mais competitivo. Por isso, a articulação de parcerias estratégicas se torna parte importante no processo de desenvolvimento econômico e social.

“Estamos articulando a organização de todos os ativos tecnológicos disponíveis no Paraná em um grande ecossistema de inovação. A ideia é incrementar um celeiro de startups e novos negócios, envolvendo o tema da genômica na saúde humana, assim como agricultura e pecuária, alavancando mais um grande motor de desenvolvimento no Estado”.

Conforme Aldo Bona, as soluções inovadoras e tecnológicas terão base a partir do conhecimento científico.  Pesquisadores e membros da comunidade universitária e acadêmica participam do processo.

“É preciso assegurar oportunidades para alavancar as relações comerciais inseridas nesse ecossistema de inovação, impactando a geração de negócios entre startups e outras empresas”. Conforme Bona, a Rede Paranaense de Pesquisa Genômica, instituída recentemente já reúne mais de 270 pesquisadores.

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Cristina Esteche

Jornalista

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