Guarapuava despenca no ranking do Caged, mais uma vez - RSN
22/08/2023
Economia

Guarapuava despenca no ranking do Caged, mais uma vez

O Paraná ocupa o terceiro lugar entre os estados que mais geraram empregos no primeiro semestre do ano. De janeiro a junho, foram criadas no Estado 89.121 vagas com carteira assinada, o que representa crescimento de 3,56% em relação ao estoque de assalariados de dezembro do ano passado. Foi o melhor desempenho da região Sul.

Os dados, divulgados nesta segunda-feira (23), pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, porém, não formam uma boa notícia para Guarapuava. Novamente, o município em vez de atrair acabou perdendo empregos nos primeiros seis meses de 2012, amargando a 52ª colocação no ranking paranaense com um saldo negativo de 195 postos de trabalho perdidos.
“Infelizmente, o município continua sendo administrado por coronéis que só pensam neles. O atual prefeito está há 7,6 anos no poder e resolveu trabalhar só neste ano porque é um ano eleitoral”, afirmou o chefe do Departamento de Economia da Unicentro, Altamir Thimoteo. De acordo com o economista, outro ponto que depõe contra o desenvolvimento de Guarapuava é a desunião das lideranças politicas, principalmente. “As forças políticas sempre estão uma contra a outra, então não existe empenho, não se unem. O campus da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) só veio para Guarapuava quando houve a soma de esforços”, observou. “Quando todas as forças puxarem a corda para o mesmo lado as coisas vão começar a acontecer”, diz.

Os números do Caged divulgados hoje mostram que Guarapuava continua perdendo para municípios de menor porte da região, como é o caso de Pato Branco (8º. Lugar), Laranjeiras do Sul (24º. ), Pitanga (32º. ), Prudentópolis (39º.), entre outros. No primeiro semestre o município teve 1.450 admissões contra 1.645 desligamentos.
“Se os municípios menores conseguem gerar mais empregos do que demitir e aqui acontece o contrário é sinal de que alguma coisa está errada em Guarapuava”, afirma o economista.

Esta não é a primeira vez que os números do Caged divulgam a situação negativa em que o município se encontra quando o assunto é a geração de empregos. Desde janeiro de 2012 os dados do Ministério do Trabalho revelam a política ineficiente no setor. Para se ter uma ideia de como Guarapuava vem despencando gradativamente no ranking do Caged, em marco deste ano o município estava na 39% posição. Hoje está na 52ª.

A única vez que os números foram favoráveis ao município foi em maio último quando houve o crescimento em oito setores da economia e Guarapuava avançou 1 posição que acabou perdendo nos meses subsequentes.

PARANÁ
Das vagas criadas no Paraná no primeiro semestre, 61.867 foram abertas no interior e 27.254 na Região Metropolitana de Curitiba. Em junho, foram criados 5.135 empregos, o que equivale a crescimento de 0,20% em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada do mês anterior. Foi o melhor desempenho da região Sul. Santa Catarina criou 1.364 empregos, enquanto no Rio Grande do Sul foram eliminadas 825 vagas.

Os setores de atividade que mais geraram empregos em junho no Paraná foram Serviços (2.634 postos), Comércio (1.240 postos) e Indústria de Transformação (1.192 postos). Os municípios que mais criaram postos de trabalho foram São José dos Pinhais (629), Curitiba (392) e Foz do Iguaçu (287).

Para o secretário de Trabalho, Emprego e Economia Solidária, Luiz Claudio Romanelli, o crescimento do número de empregos no Paraná, no primeiro semestre, deve ser comemorado. “Nos últimos 12 meses, foram criados 112.877 postos de trabalho no Paraná, com aumento de 4,56% no nível de emprego. Em junho, a retração na geração de empregos já era esperada por conta da desaceleração da economia brasileira, mas, mesmo assim, criamos muito mais vagas que os estados do Sul”, afirmou Romanelli.

BRASIL
No primeiro semestre, em todo o País, foram gerados 1.047.914 novos empregos com carteira assinada, correspondendo a uma elevação de 2,76% sobre o estoque de dezembro de 2011. Os dados relativos aos últimos doze meses apontam um crescimento de 4,08% no nível de emprego, com acréscimo de 1.527.299 postos de trabalho. Em junho de 2012, foram gerados 120.440 postos de trabalho celetistas, equivalentes ao crescimento de 0,31% sobre o número de assalariados do mês anterior.

Com dados do Ministério do Trabalho e da AEN 

Cristina Esteche

Jornalista

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