22/08/2023


Geral Paraná

Guarapuava está entre as 43 cidades do Paraná com mortes em confrontos policiais

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Da Redação, com assessoria

Guarapuava – Guarapuava está entre os municípios paranaenses que registraram mortes em confrontos com policiais, no primeiro semestre de 2016, embora tenha sido apenas uma. O dado faz parte do levantamento realizado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão do Ministério Público do Paraná que tem entre suas funções o controle da atividade policial. Os números incluem confrontos com a Polícia Militar (138 casos), a Polícia Civil (dois) e as Guardas Municipais (quatro).

A pesquisa faz um comparativo entre 2015 e 2016, mostrando que 253 pessoas morreram durante ações policiais em 2016 contra 240 em 2015, o equivalente a um aumento de 5,4%.

Segundo o Gaeco, no primeiro semestre de 2017, 144 pessoas morreram em confrontos com policiais no Paraná em 43 municípios paranaenses. Grande parte dos casos (61, ou 44,2%) ocorreu na Região Metropolitana de Curitiba. Foram 31 na capital, 11 em São José dos Pinhais, quatro em Araucária, quatro em Piraquara, três em Colombo, duas mortes em Almirante Tamandaré, duas em Pinhais e duas em Quatro Barras, além de um óbito em Campina Grande do Sul e outro em Fazenda Rio Grande.

Outras cidades com maior número de casos são Londrina (14), Foz do Iguaçu (dez) e Umuarama (oito). Douradina, São Miguel do Iguaçu e Terra Boa tiveram quatro mortes em confrontos. Houve três casos em Cascavel e Guaratuba e dois casos em Maringá e Sarandi. Com uma única morte, aparecem Alto Paraná, Arapongas, Bandeirantes, Barbosa Ferraz, Bom Sucesso, Campina do Simão, Campo Mourão, Carambeí, Farol, Guarapuava, Ibiporã, Itambaracá, Ivaiporã, Ivaí, Nova Prata do Iguaçu, Ortigueira, Ouro Verde do Oeste, Piraí do Sul, Ponta Grossa, Rio Bonito do Iguaçu, Santa Tereza do Itaipu, Santa Tereza do Oeste e Ventania.

ACOMPANHAMENTO

O coordenador estadual do Gaeco, procurador de Justiça Leonir Batisti, explica que todos os casos são acompanhados pelo MPPR. Segundo ele, em sua maioria, as mortes efetivamente resultam de confrontos. As situações em que há indícios de execução geram procedimentos investigatórios que podem levar à responsabilização dos policiais. Quando é constatado crime doloso, os agentes são levados a júri popular.

“Fazemos chegar ao comando das corporações, especialmente da Polícia Militar, a necessidade de que os policiais sejam permanentemente orientados quanto à necessidade de seguir estritamente esses protocolos. A polícia deve ser firme, mas cidadã”, sustenta Batisti. Segundo ele, o número de investigações abertas pelo Gaeco paranaense é proporcionalmente alto em relação às outras unidades da federação, pois o órgão acompanha todos os casos de mortes em confrontos com policiais no estado.

COR E FAIXA ETÁRIA

Em relação à cor dos mortos em confronto, permanece a desproporção entre brancos e negros, já identificada em períodos anteriores. Do total de mortes, 48,6% foram de negros, que, entretanto, constituem, conforme dados do IBGE, 28,5% da população paranaense. Quanto às idades dos mortos, no primeiro semestre de 2017, foram 16 vítimas entre 13 e 17 anos (11,1%), 87 entre 18 e 29 (60,4%), 39 entre 30 e 59 (27,1%), uma com 60 ou mais (0,7%) e uma com idade ignorada (0,7%). A grande maioria (71,5%), portanto, constituída de pessoas com menos de 30 anos.

 

Mortes em confronto com policiais (por semestre)
Período Polícia Militar Polícia Civil Guarda Municipal Soma
1º Sem. 17 138 2 4 144
2º Sem. 16 104 3 1 108
1º Sem. 16 149 5 2 156
2º Sem. 15 109 3 1 113
1º Sem. 15 131 1 2 134

 

 

 

 

 

 

Cristina Esteche

Jornalista

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