22/08/2023
Política

Guarapuava está entre os cinco do PR com maior evolução socio-econômica na baixa renda

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Dona Elaine do Amaral é mãe de três filhos pequenos. Diarista, separada do marido, durante seis anos ela contava com o auxílio financeiro do Bolsa Família, programa federal que beneficia famílias com R$ 70 por mês por cada criança. Porém, a oportunidade de fazer um curso profissionalizante e aumentar a renda, abriu uma nova oportunidade.

Números revelados pelo relatório do “Brasil sem Miséria” foram destacados pelo prefeito Cesar Filho no programa semanal produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Prefeitura, levado ao ar nesta sexta feira (21).  

A guarapuavana que mora no Jordão é uma das protagonistas de programas sociais integrados que colocam o município entre os cinco do Paraná com maior evolução socio-econômico.

Elaine, que abriu mão do cartão verde e amarelo que lhe dava o direito de receber R$ 210,  caracteriza o programa.

 “Eu fiz o curso de cabeleireira no Senac, mas continuo sendo diarista três vezes por semana. Nos outros dias, faço manicure, pedicure, corto o cabelo, em casa ou a domicilio”. Com o aumento da renda, Elaine não teve apenas a auto estima elevada, como também abriu mão da bolsa que recebia. “A gente deve ter a consciência de que esse é um beneficio temporário. Não me acomodei e quis melhorar a qualidade de vida da minha família”, diz. Sem o auxilio ela diz que se sente bem melhor. “Não dependo mais de ajuda do governo, mas cresci e vou continuar crescendo às minhas custas”. Embora ela não tenha entregue o cartão, mas deixou de fazer o cadastro, Elaine é apenas uma das 595 famílias guarapuavanas que abriram mão do benefício em 2013.

Crescimento de 262%

A receita é simples. Um dos principais aliados para que as pessoas tenham autonomia financeira, são os cursos do Pronatec  (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) que também avalisam esse número. De acordo com o relatório do Brasil Sem Miséria, que traça o perfil dos municípios brasileiros que aderem ao programa, Guarapuava deu um salto na oferta dos cursos profissionalizantes. Se em 2012 foram matriculados 240 alunos, em 2013 esse número foi para 629, o equivalente a 262% a mais do que o último ano. Com essa realidade de amparo e orientação, vocações profissionais estão se transformando em fonte de renda e de cidadania.  “Eu sempre tive uma queda para essas coisas de beleza e só aproveitei a oportunidade porque o dinheiro do Bolsa Família me fez economizar o que recebia como diarista, e pude pagar a passagem de ônibus para ir da minha casa até o Senac. Já penso em montar um salão”, diz Elaine.

Além do curso ser gratuito, o aluno recebe  uma assistência estudantil para o custeio de transporte e alimentação. Os maiores parceiros para o Pronatec são o  Senai (Serviço Nacional da Indústria) e o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial).

Esses números colocam Guarapuava no ranking paranaense entre os cinco municípios que mais evoluíram nesse contexto.

Recurso para creches

Com ações interligadas entre os vários setores da administração pública, principalmente as secretarias municipais de Assistência Social e Educação, Guarapuava também conquistou mais recursos para creches. Ao aderir ao programa Brasil Carinhoso, disponilizado pelo Governo Federal, se em 2012 não houve nenhum repasse para o município, em 2013 o cadastro de 327 crianças atendidas nas 14 creches municipais, garantiu ao município um crédito de R$ 500 mil.

Para cada vaga em creche pública ou conveniada ocupada por crianças de 0 a 48 meses beneficiárias do Bolsa Família, o Ministério de Desenvolvimento Social (MDS)  suplementa em 50% os valores repassados ao município pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

Esses recursos adicionais, repassados em conta específica pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), podem ser utilizados em despesas de manutenção e desenvolvimento da educação infantil e na aquisição de bens para garantir o cuidado integral e a segurança alimentar e nutricional das crianças.

Para receber esses recursos as prefeituras devem informar, por meio do Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (Simec) do MEC, a quantidade de crianças do Bolsa Família que já são atendidas em creches públicas ou conveniadas. E é isso que Guarapuava esta fazendo.

Cristina Esteche

Jornalista

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