Guarapuava receberá uma nova medicação para o tratamento de pessoas portadoras de HIV e Aids. O Dovato, nome comercial, é uma combinação de dois medicamentos já utilizados por pacientes. Agora, 23 portadores em Guarapuava podem deixar de tomar dois remédios e passam a tomar apenas um, facilitando assim, o tratamento.
Devido ao envelhecimento e à presença de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), o Ministério da Saúde (MS) adotou a estratégia de “terapia dupla”, conforme o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas de Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos 2023. Dessa forma, os planos mais utilizados de terapia dupla relacionam a lamivudina 300mg ao dolutegravir 50mg, em comprimidos separados.
Recentemente, o Ministério da Saúde deu início à compra destes medicamentos em Dose Fixa Combinada (DFC), composta por lamivudina 300mg coformulada com dolutegravir 50mg (3TC/DTG) no mesmo comprimido. No total, o MS distribuiu 5,6 milhões de unidades do medicamento. Deste número, o Paraná recebeu 150 mil. De acordo com o Serviço de Atenção Especializada (SAE), Guarapuava vai receber a remessa inicial de 1.200 comprimidos, em 40 frascos de 30 comprimidos cada.
COMO FUNCIONA
Antes, o tratamento do HIV envolvia exclusivamente combinações de vários medicamentos de diferentes classes para suprimir efetivamente o vírus. Desse modo, havia uma retardação da progressão da doença. Com o novo remédio, os usuários ganham a possibilidade de utilizar um tratamento com uma única dose diária.
De acordo com a farmacêutica Bioquímica do Serviço de Atenção Especializada de Guarapuava (SAE), Ana Lucia Ribeiro Carvalho Michalak, deve se tomar cuidado com a nomenclatura do medicamento.
Esse medicamento que estamos recebendo não vai substituir o tratamento que já existe, ele é só uma apresentação farmacêutica nova de medicamentos que já estão disponíveis no SUS. Ele vai facilitar a vida dos pacientes que fazem a terapia dupla como tratamento, que vão passar a tomar apenas um comprimido por dia.
A transição para o uso do novo medicamento será feita de forma progressiva. Além disso, o Ministério da Saúde determinou que a prioridade para a migração é a probabilidade de “polifarmácia” (uso rotineiro e simultâneo de quatro ou mais medicamentos) e a prevalência de DCNT’s.
Isso inclui pacientes que têm hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia ou diabetes, idade igual ou superior a 50 anos, adesão regular, carga viral menor que 50 cópias no último exame e ter iniciado a terapia dupla até o dia 30 de novembro de 2023.
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