Da Redação
Guarapuava – Embora o índice de feminicídios tenha sido reduzido nos últimos anos, Guarapuava continua no ranking do Mapa da Violência, entre os 400 mais violentos, dos cinco mil municípios brasileiros quando o assunto é gênero.
De acordo com a secretária municipal de Políticas Públicas para Mulheres, a jornalista e contadora Priscila Schran, o município saiu da 96ª colocação para a 373ª, após as ações desenvolvidas pela Secretaria da Mulher e Rede de Enfrentamento, instituída em Guarapuava.
Mesmo assim, os números continuam altos. Uma pesquisa feita pelo 16º Batalhão da Polícia Militar, sediado na cidade, revela 245 ocorrências atendidas apenas pela Polícia Militar nos seis primeiros meses de 2017. No comparativo mês a mês desse período em relação a 2016, no final da somatória, há uma queda. Os números estão publicados abaixo.
ESTUPRO
De janeiro a junho deste ano, as mulheres que vivem em Guarapuava se deparam com o “fantasma” do estupro. Para se ter uma ideia, de janeiro a junho, segundo levantamento da RSN, foram cinco estupros, e destes, quatro ocorridos somente em maio. “Esse foi um mês atípico e nenhum caso tem ligação com o outro”, diz Priscila Schran. As tentativas e casos de abusos sexuais também estão presentes nesse período. O fato que mais chamou a atenção foi registrado na quinta (03), envolvendo três adolescentes e três crianças que vivem numa Casa Lar na cidade. Os meninos foram abusados pelos adolescentes.
Segundo Priscila Schran, a violência de gênero ainda está implícita culturalmente na mente masculina que ainda vê a mulher como objeto de posse. Ela cita como exemplo, a abordagem de orientação realizada na tarde dessa segunda (07), em Guarapuava. "Quando a gente abordava para entregar o panfleto e conversava, muitos disseram que ´merece apanhar mesmo pra aprender´. Isso é um absurdo".
LEI MARIA DA PENHA
Uma programação chamando a atenção para o combate à violência doméstica está acontecendo em Guarapuava e remete aos 11 anos de implantação da Lei Maria da Penha.
A Lei nº 11.340 leva o nome da farmacêutica cearense Maria da Penha, atualmente uma das principais ativistas na luta pelo fim da violência contra a mulher. Ela foi vítima do próprio marido e ficou paraplégica após as agressões. Para a advogada Isadora Vier, especializada na área de gênero dentro do Direito Penal, a lei trouxe avanços importantes.
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA |
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COMPARATIVO JANEIRO A JUNHO – 2016 e 2017 |
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FONTE: BI |
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MÊS |
2016 |
2017 |
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JANEIRO |
47 |
56 |
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FEVEREIRO |
49 |
44 |
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MARÇO |
57 |
36 |
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ABRIL |
43 |
51 |
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MAIO |
36 |
25 |
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JUNHO |
38 |
33 |
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TOTAL |
270 |
245 |
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Fonte: 16° BPM |