Guarapuava registrou sete casos de hanseníase em 2023

Como em diversas outras áreas, na Saúde, um dos principais desafios enfrentados é relacionado com a desinformação ou a falta de conhecimento. Por não entederam sobre determinada doença, muitas pessoas propagam estigmas que, muitas vezes, dificultam a procura por tratamento adequado.

Uma das doenças que tem a desinformação como barreira, é a hanseníase. Por isso, o Janeiro Roxo é uma campanha que busca alertar e conscientizar sobre o combate a essa doença. Cercada de preconceitos, apesar de contagiosa, a hanseníase tem controle e tratamento oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A hanseníase é crônica e afeta principalmente a pele, nervos periféricos, mucosas do trato respiratório superior e olhos. Ela é transmitida de pessoa para pessoa por meio de secreções nasais e da boca, geralmente em situações de contato próximo e prolongado com um indivíduo infectado e não tratado.

Em Guarapuava, houve registro de sete casos em 2023. Um deles, um homem de 55 anos, fez todo o tratamento no último ano pelo Serviço de Atenção Especializada (SAE) e recebeu alta na última quarta (10). Ele conta que quando ele descobriu a doença, passou por um período de muita insegurança. Porém, o tratamento recebido no SAE foi fundamental para a melhora.

“Eu comecei a sentir muitas dores nas pernas, não conseguia calçar o sapato, a perna tremia. As dores aumentaram, e daí eu vi que não era brincadeira. Comecei o tratamento, e graças a Deus, agora eu estou bem. Fui muito bem-tratado, não tenho nem palavras. Estou muito, muito feliz!”

PRECONCEITO

De acordo com esse paciente, quem tem hanseníase ainda sofre preconceito por causa do desconhecimento da doença. Dessa forma, contar essa história contribui para desmistificar a doença, além de incentivar outras pessoas que enfrentam a mesma condição a identificar os sintomas precocemente e procurar assistência médica.

Outra paciente do SAE, de 68 anos, relata que no início pensou se tratar de uma alergia, já que surgiram bolhas e coceira no corpo dela. Contudo, ela começou a piorar e procurou ajuda. Assim, após passar por várias consultas e testes, inclusive uma biópsia, ela recebeu o diagnóstico da hanseníase.

“Mesmo inchada, nunca parei de fazer minhas atividades. Eu não penso que estou doente; continuo fazendo as coisas normalmente. A vida é para ser vivida, com fé e coragem. Mesmo com dor, não podemos nos deixar abalar. Amanhã é outro dia, e Deus está presente. Não tenho preconceito e, apesar de muitos não entenderem, sigo em frente com amor e fé. Fiz o tratamento e hoje estou bem”.

DIAGNÓSTICO

A hanseníase tem uma ampla gama de manifestações clínicas, sendo classificada em diferentes formas, desde mais brandas até mais severas. A principal característica é a formação de lesões cutâneas (na pele) e acometimento dos nervos periféricos, levando à perda de sensibilidade nas áreas afetadas.

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para prevenir sequelas, reduzir a transmissão da doença e promover a cura. Por isso, a terapia envolve, geralmente, a administração de antibióticos específicos ao longo de um período prolongado.

Por fim, a hanseníase não é altamente contagiosa, e a maioria das pessoas que entra em contato com a bactéria não desenvolve a doença. Além disso, é possível obter a cura com o tratamento adequado, permitindo que os pacientes mantenham uma vida normal.

SAE

O SAE fica na rua Presidente Getúlio Vargas, 1981, no Centro de Guarapuava. Para mais informações, basta entrar em contato pelo telefone (42) 3142-1572.

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