22/08/2023
Economia

Guarapuava vive um momento de abertura econômica, diz especialista

Guarapuava vive um novo momento econômico desenhado por políticas públicas de incentivo a novos investimentos  com resultados positivos mesmo a curto prazo, e  as expectativas para o segundo semestre é  de que  o processo seja evolutivo.  As últimas notícias confirmam essas análises e encontram respaldo  na avaliação do economista, professor da Unicentro e diretor presidente da FAU (Fundação de Apoio à Unicentro), Fernando Franco Netto.

A base desse momento de otimismo foi revelada pelos últimos números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e que continuam repercutindo no município.   A conta é simples. No primeiro semestre de 2013, o município ficou em 7º lugar no ranking entre as 10 maiores cidades paranaenses, mas levando em  consideração a proporção entre o número de habitantes e as vagas de empregos geradas nesse período, Guarapuava salta duas posições e fica em quinto lugar.  De janeiro até junho deste ano, Guarapuava gerou 1.143 novos empregos, ultrapassando em 136% o índice obtido no mesmo período do ano passado, quando registrou-se apenas 484 vagas criadas. De acordo com o economista a atual abertura do Poder Público à iniciativa privada  é um marco dessa nova realidade. "Guarapuava vive um novo momento. Está havendo uma abertura mais democrática entre o atual gestor com a iniciativa privada", diz o economista. Essa aproximação desperta a confiança de novos investidores, valorizando o empresário local e atraindo empresários de fora.

Numa avaliação técnica, tudo isso se traduz em números. “Separando do números do Caged por áreas veremos que Guarapuava possui como atividades maiores, não só a construção civil, mas o comércio e o setor de prestação de serviços, apesar de termos uma atividade de grande importância no setor primário que é a agricultura”, pondera o economista.

De acordo com o Franco Netto, no setor a agregação de valores à matéria prima in natura, apesar de ser mais lenta em relação a outros municípios similares, do mesmo porte, Guarapuava cresce. “São esses setores que puxam o desenvolvimento para cima e para baixo, de acordo com o dinamismo dos empresários, conforme uma visão de mercado mais competitivo, de uma renda melhor. A questão do crédito também influencia”, observa. O economista cita como exemplo, a venda de automóveis que mostrou um resultado positivo nos últimos meses. Em Guarapuava, em junho deste ano, o setor de automóveis vendeu 300 unidades contra a 215 em meses anteriores. Assim como esse setor, outros também movimentaram a roda da economia guarapuavana gerando uma onda de otimismo e superação.

Segundo o Caged, Guarapuava superou grandes cidades que, comparativamente, possuem maior número de moradores. Por exemplo, Colombo, que fica na região Metropolitana de Curitiba e tem quase 213 mil habitantes gerou 589 empregos, enquanto Guarapuava chegou a 1.143. Já Ponta Grossa, com 311 mil habitantes, registrou a criação de 453 vagas formais. “Nossa cidade se destacou. No caso de Ponta Grossa, Guarapuava teve um índice de 152,31% superior na geração de empregos”,  diz o prefeito Cesar Filho. Vale lembrar que Ponta Grossa vem recebendo investimentos contínuos, principalmente, no setor agropecuário.

 

Otimismo

Para o prefeito Cesar Filho, assim como para o economista Fernando Franco Netto, as expectativas para o segundo semestre são de que a onda de desenvolvimento continue. “O país está melhorando, a inflação caiu e Guarapuava teve um bom momento com a realização da Expogua”, diz o economista. “Esse  resultado positivo, nos primeiros seis meses de 2013, reflete o bom momento da economia e a confiança do empresário guarapuavano de que a cidade está no caminho do desenvolvimento. O empresariado tem encontrado apoio na administração pública municipal e as portas da Prefeitura estão abertas  para facilitar e confirmar investimentos”, afirma o prefeito. A vinda de duas grandes empresas como a Irmol, que produz móveis para cozinhas e dormitórios, e a Target, que vai desenvolver placas de circuito impresso, além da construção de um shopping center, do programa que já está construindo 500 casas populares e que prevê mais 2,5 mil unidades nos próximos três anos de casas populares  compõem o combustível que fará Guarapuava continuar avançando. “São obras importantes que irão contribuir com o desenvolvimento da cidade e a geração de renda”, observa Cesar Filho.

Entretanto, Guarapuava precisa ter um desenvolvimento com sustentabilidade, alerta Franco Netto. “É preciso que os homens públicos, a classe empresarial e a iniciativa privada como um todo continuem acreditando que Guarapuava pode se desenvolver. Se Guarapuava crescer e se desenvolver a região também deslancha. Isso é o que chamamos de crescimento endócrino, ou seja, de dentro para fora”, conclui o economista.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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