22/08/2023
Esportes Guarapuava

Guarapuavano participa da Copa América de Corrida de Aventura 2016

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por Jonas Laskouski e Marcelo Veigantes

Guarapuava – Encarar 39 horas de prova na água e na mata, a pé e de bike não é pra qualquer um não. Tem que ter muito treinamento e preparo físico para enfrentar um desafio como esse. O guarapuavano Marcelo Veigantes, integrante do Quarteto Gralha Azul (juntamente com os curitibanos Ricardo Poletto, Juliana Rech e Heitor Canalle) participaram da Copa América de Corrida de Aventura 2016, que aconteceu em Costa Rica, no Estado do Mato Grosso do Sul, durante o último fim de semana. Veigantes conta um pouco sobre como foi essa intensa aventura:

ANSIEDADE

"A ansiedade era muita, afinal, estavam presentes 18 quartetos dos mais qualificados do Brasil, da Argentina e do Paraguai. Largamos às 10h20, já sob um sol de rachar. Estava quente e seco. Corremos por cerca de 4km cruzando a cidade até onde estavam as bikes, de onde partimos pelo mesmo percurso, agora no contra azimute."

"INSANO"

"Logo saímos da rodovia asfaltada e começamos a pedalar por estradas rurais, que eram muito mais dunas que estradas. Areia fofa, onde afundavam os peneus e os tombos eram inevitáveis. Foram longos 40km de bike, até chegarmos ao Posto de Controle (PC) 5, onde começou o trekking mais insano da minha vida. Caminhamos por uma trilha plana e aberta, passando por convidativos lagos, até chegar à borda de um precipício, Cânion Sucuruí, onde tivemos de descer usando de cordas e facão (que levávamos na mochila)."

TOCANDEIRA

"Chegamos até a margem de um córrego, que devíamos levar por base, tendo do outro lado o paredão do cânion. E assim foi, anoiteceu, e nós caminhando pelo rio e pela mata, alternadamente. Jararacas, formigas Tocandeiras (no Amazonas chamadas de Tocandiras), carrapatos, pegadas de antas e onças pardas, tudo na penumbra noturna da Floresta Amazônica. Seguimos assim até perto de clarear o dia, por volta das 4h da matina, quando todos estávamos molhados até os ossos, com frio e fome, o Ricardo, o Heitor e a Ju (Ricardo Polleto, Juliana Rech e Heitor Canalle, que formam junto com Marcelo Veigantes, o Quarteto Gralha Azul) já haviam experimentado até a mordida venenosa da Tocandeira, quando resolvemos parar e fazer um fogo para esperar clarear o dia."

"ILUSÃO"

"Logo que amanheceu retomamos as buscas pelo PC 6, chegando nele depois de mais muitas horas de caminhada pelo rio e pela mata. Dali seguimos até o PC 7, onde nos alimentamos e pegamos a bike. Subimos a serra e retornamos às planuras arenosas para um pedal que prometia ser mais tranquilo que o primeiro. Ilusão nossa."

"DURA, BELA E PERIGOSA"

"Seguimos até o PC 8 sem maiores sobressaltos, mas dali para frente, já escurecendo o dia novamente, tivemos que encarar mais um vara mato noturno, só que desta vez com as bikes. Só saímos daquele labirinto porque azimutamos corretamente, e no final, fizemos uma leitura do mapa adaptando nossos erros para chegar ao outro lado da trilha. Dali, retornamos às estradas arenosas e nos embrenhamos em outro labirinto, desta feita num canavial, onde queimamos as últimas horas que dispunhamos antes do corte. Chegamos no PC 9 já cortados, após 39 horas de prova, uma prova dura, bela e perigosa, mas que faz todo o esforço valer a pena".

Veigantes promete logo uma Corrida de Aventura aqui pela região, e nós iremos acompanhar. O Quarteto Gralha Azul ficou entre os dez melhores das Américas.

Cristina Esteche

Jornalista

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