Foi o karatê que me tirou de ficar na rua, de ter feito muita coisa errada, isso devido a disciplina e os ensinamentos que a gente leva pra vida. O karatê não se trata somente de treinar golpes, e sim de tornar pessoas melhores!
Toda essa bagagem, além de contribuir para a vida, também vai levar o Joel Antônio Bini Júnior de 37 anos para o Campeonato Mundial de Karatê na Eslovênia, em novembro deste ano.
O karateca se encontrou no esporte por meio de um projeto social em Guarapuava aos oito anos. Ali ele teve um incentivo para conhecer as artes marciais. A prova que a paixão de criança deu certo, é que agora, ele ocupa o segundo lugar o ranking da Federação Estadual de Karatê-do tradicional do Paraná.
Inclusive, o guarapuavano está entre os quatro atletas do Estado que receberam a convocação para a fase na Europa. Desse modo ele se comprometeu a brilhar e representar os talentos de Guarapuava.
Eu achei que nunca conseguiria! Comecei a competir em 1997, mas em 2001 precisei treinar sozinho, porque a academia que participava, acabou fechando. Por isso, nunca imaginei! Ainda mais treinando totalmente sozinho! Depois de muitas, mas muitas derrotas, aprendizados e treino, eu conquistei esse lugar!
PRÊMIOS DE PESO
Para que tivesse a chance de disputar no mundial, Joel precisou se destacar em várias competições estaduais e nacionais. Em 2015, ele recebeu o convite para fazer parte da seleção paranaense e venceu o Campeonato Estadual de Karatê. Graças ao prêmio, ele teve a oportunidade de integrar a seleção brasileira e venceu nos jogos panamericanos em Montevidéu, na capital do Uruguai, em 2016.
Voltando de Montevidéu, eu tive muito orgulho da conquista! Mas eu queria mais, sonhava em participar de outras competições. Desde então, consegui estar em outras lutas em grandes cidades. Por exemplo, obtive o Vice-Campeonato Mundial pela seleção brasileira na Itália, e também o Vice-Campeonato Pan-Americano, aqui mesmo no Brasil. Tudo isso, com muito esforço e treinamento de duas a quatro horas diárias. Muito cansaço e muito gasto. Porque a gente recebe apoio de poucas pessoas, porém são essas que fazem toda a diferença na hora.
INCENTIVO
Para ele, a falta de apoio é uma das dificuldades que os atletas enfrentam para se manter no esporte. Além de karateca, ele precisa conciliar a vida de consultor de vendas, professor e atleta. Todo esse ‘malabarismo de pratos’ mostra os desafios da carreira.
É muito se difícil se tornar atleta profissional viver só disso e sem ajuda não tem como. Por isso, precisamos de mais vontade de criar projetos que realmente ajudem os atletas, tanto os que já são, quanto os novos. Pra gente poder ter mais atletas, precisa ter incentivo para que as pessoas entrem nos esportes que mais se identifiquem.
Por causa do pontapé no projeto, o Joel pode desenvolver o talento. Mas só isso não basta, ele precisa de investimento e apoio. Isso porque, em setembro, ele vai representar a seleção brasileira em Fortaleza, no Campeonato Brasileiro. Logo na sequência, tem o Mundial na Eslovênia do dia 10 a 15 de novembro.
Também vou ter que ir para Curitiba treinar, então é mais gasto e tudo saindo do bolso. Assim, vamos tentar conquistar essa vitória em nível nacional, para consequentemente trazer o mundial e orgulhar Guarapuava novamente. Existem vários atletas na cidade como eu, que se viram sozinhos, tiram dinheiro do bolso, sofrem e sangram. E precisam de ajuda e muitas vezes não têm, e acabam deixando de levar a nossa cidade pra frente por falta de ajuda de custo.
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