22/08/2023
Esportes Guarapuava

Em Guarapuava, pessoas se dividem quando o assunto é a seleção brasileira

Advogado e desportista, Graciliano Ribeiro diz que torce contra a seleção e critica "endeusamento" de jogadores

BRA

São 10 horas da manhã desta sexta feira (22) e muitos guarapuavanos preferiram deixar o jogo da seleção brasileira de lado. Alguns porque não acreditam na equipe, outros porque não gostam de futebol, outros, por necessidade mesmo. Mas ainda há aqueles que, mesmo indignados, acreditam nos jogadores verde e amarelo.

Lineu Prado (Foto: RSN)

Dono do Café da XV, point conhecido como a “Boca Maldita” de Guarapuava, Lineu Prado assiste o jogo sozinho. Duas funcionárias trabalham sem prestar atenção na televisão. “Eu aposto em 1×0 pro Brasil, mas nossa seleção está decepcionando e acho que não chega até o final, a não ser que vá crescendo no decorrer nos jogos”.

Graciliano Ribeiro (Foto: RSN)

O advogado e presidente da Associação Atlética Batel, Graciliano Ribeiro tece duras críticas e, embora seja um dos mais tradicionais desportistas de Guarapuava, diz que é contra a seleção brasileira.

“Sou contra o Brasil porque na situação em que o nosso país se encontra, ficam endeusando jogadores, chamando de heróis, quando o verdadeiro herói é o povo brasileiro, o agricultor, o caminhoneiro. Nosso país vive hoje os desmandos do STF, os desmandos jurídicos. Como podemos pensar em futebol, em Copa do Mundo”?

Geazy e Mariele (Foto: RSN)

Parando para olhar vitrines das lojas que só abrirão após às 11 horas, quando o jogo contra a Costa Rica acabar, o casal Mariele de Oliveira e Geazy Jangada Timóteo veio da vizinha cidade Turvo para passear.

“A gente não gosta de futebol”, disse Mariele. Segundo Geasy, eles não assistem jogos, nem mesmo durante a Copa do Mundo. “Eu não arrisco nenhum palpite”, disse demonstrando o desinteresse pela seleção verde amarelo.

Vanessa e Eduarda (Foto: RSN)

As amigas Vanessa Camargo e Eduarda Gabriele, 16 e 17 anos, respectivamente, caminham sossegadamente pela XV de Novembro, que está praticamente deserta. “Nós gostamos da Copa do Mundo, mas saímos para pagar contas, comprar presentes para um priminho”, disse Eduarda. “Vamos parando nas lojas que estão abertas e que tem televisão ligada”, intervém Vanessa.

O pipoqueiro Luiz de Paula e os amigos Paulo Edilson Chaia e Eurico Tibes, conversam. De vez em quando olham no celular para ver algum lance, cuja narração desperta a atenção.

“Não acreditamos nessa seleção e não acreditamos mais no Brasil”, diz Paulo com a anuência dos demais. Segundo o pipoqueiro, apenas dois pacotes de pipoca tinham sido vendidos até às 10 horas.

Cristina Esteche

Jornalista

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