22/08/2023


Brasil Geral

H1N1 sofre mutação e vacinas para 2017 conterão uma nova cepa

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Mundo – A Organização Mundial da Saúde, OMS, publicou recentemente a recomendação das cepas (tipos de vírus) que devem compor as vacinas de Influenza para o Hemisfério Sul no ano de 2017. Em relação ao ano anterior, a cepa A H1N1, que se mantinha a mesma desde 2010, deverá ser substituída. Somente poderão ser produzidas e comercializadas as vacinas que estiverem de acordo com as novas determinações. As vacinas atualmente comercializadas ou fabricadas fora destas especificações não deverão ser utilizadas na próxima temporada de influenza (2017).

Os vírus da gripe sofrem mutações constantemente, por isso é necessário atualizar as vacinas. Depois do seu surgimento, em março de 2009, e da disseminação global, o vírus H1N1 permaneceu estável. No entanto, alguns vírus isolados recentemente mostraram-se geneticamente distintos da cepa de 2009, podendo comprometer a efetividade das vacinas. Por este motivo, houve substituição pela nova cepa A (H1N1), tanto nas vacinas trivalentes como nas vacinas quadrivalentes indicadas para o hemisfério sul.

“A revacinação anual contra a gripe é indicada todos os anos. A identificação de uma nova variante do vírus A (H1N1) torna ainda mais necessária a imunização em 2017. Vale ressaltar que, embora acometa pessoas de qualquer faixa etária, o vírus A (H1N1) tem causado grande número de casos graves e mortes em pessoas com menos de 60 anos de idade, que normalmente não aderem às recomendações das Sociedades Médicas para se vacinarem, mesmo quando apresentam condições de risco como, diabetes, doenças cardíacas, pulmonares, etc.”, explica a Dra. Lucia Bricks,  diretora médica para Influenza da Sanofi Pasteur na América Latina.

A vacina influenza trivalente contém duas cepas A e uma B. A vacina quadrivalente proporciona maior proteção contra a influenza e suas complicações, pois uma cepa B adicional, (duas A e duas B). Duas cepas B têm cocirculado com as cepas A(H1N1) e A(H3N2) há mais de uma década, em diversos países, incluindo o Brasil. Ambas as vacinas, trivalente e quadrivalente,  são recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Cepas recomendadas para a temporada do Hemisfério Sul 2017

Cepa A Michigan/45/2015/H1N1 pdn09-like à Nova variação do vírus
Cepa A Hong Kong/4801/2014/H3N2-like
Cepa B Brisbane/60/2008/Victoria-like

Cepa adicional para as vacinas quadrivalentes

Cepa B Yamagata: B/Phuket/3073/2013-Like (Yamagata)

O vírus A H1N1, que desencadeou a pandemia de  2009, foi responsável por 75,3% dos casos de janeiro a setembro deste ano. Outros 17% dos casos foram decorrentes de influenza B e 1,3% por influenza A (H3N2). Em 2016, foram confirmadas mais de duas mil mortes por influenza e, de acordo com o Ministério da Saúde, a maioria das mortes foi registrada em pessoas com idade entre 40 e 60 anos. Cerca de 70% dos indivíduos que foram a óbito apresentaram ao menos um fator de risco como, problemas cardiovasculares, diabetes, obesidade e outras doenças crônicas.

Nas campanhas nacionais de imunização, são utilizadas as vacinas trivalentes contra a influenza. As vacinas quadrivalentes foram aprovadas nos Estados Unidos em 2013 e estão disponíveis no Brasil desde 2015. A vacina influenza quadrivalente da Sanofi Pasteur, disponível nas clínicas particulares de todo o Brasil, é a única licenciada para crianças a partir dos seis meses de idade. É indicada no mesmo esquema e número de doses da vacina trivalente, oferecendo maior proteção.

A vacinação contra a gripe é a forma mais eficiente para a redução do impacto da doença. Sua eficácia pode variar de acordo com diversos fatores, como idade, condição de saúde, imunidade prévia natural ou adquirida por vacinação e semelhança ou “compatibilidade” entre os vírus incluídos na vacina e aqueles que estão circulando na comunidade. Vários estudos, entretanto,  demonstram que, mesmo quando a proteção é moderada, existem grandes benefícios em vacinar as pessoas de todas as idades. A vacina não apenas reduz o número de casos e complicações, mas pode também reduzir a gravidade, taxa de hospitalização, duração de hospitalização e uso de medicamentos para tratar a influenza e suas complicações.

Cristina Esteche

Jornalista

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