Taís Nichelle
Infelizmente, a violência contra a criança e o adolescente atinge diariamente proporções absurdas. Segundo Mario Vedoia da Silva, assistente social do Creas – Centro de Referência Especializado de Assistência Social, somente em Guarapuava há 300 casos ativos (casos ativos são casos que estão sendo acompanhados por assistentes sociais). “O Creas presta atendimento para crianças e adolescentes que tiveram seus direitos violados”, declara ele.
No Creas, são atendidos casos dos mais variados tipos. “Atendemos vítimas de negligência, abandono, abuso sexual, estupro, bullying, alienação paternal, dentre outros direitos violados”, conta. Ainda segundo Silva, apesar do número ser alto, é provável que não expresse a realidade. “Nosso maior desafio é fazer com que a sociedade denuncie esses casos. Infelizmente, principalmente nos casos de violência sexual, há uma tendência de abafar o caso. A família prefere manter a agressão em segredo para se preservar e isso é muito prejudicial para a saúde física e emocional das crianças. Violência é crime e deve ser denunciada”.
O tratamento é feito com toda a família, pois normalmente é onde se encontra a raiz do problema. “Muitas vezes, ao atender um caso de violência infantil, descobrimos que a agressão não acontece somente com a criança ou adolescente. Às vezes a mãe também é vítima de violência, os irmãos… É necessário realizar um trabalho no ambiente familiar”, destaca o assistente social.
Engana-se quem pensa que a violência sexual acontece longe do círculo familiar da criança ou adolescente. “Normalmente, o agressor é alguém muito próximo da família. É alguém em quem a criança confia e gosta. Crianças não têm malícia, elas podem nem saber que estão sendo vítimas de abuso sexual, por isso é importante que haja campanhas de conscientização. Não só nas escolas… Cabe a mãe instruir seus filhos sobre o que é carinho e o que é abuso, dizer-lhes que há lugares do seu corpo onde ninguém além deles (ou da mãe, em caso de crianças pequenas) deve tocar”.
Lembrando que a batalha contra a violência infanto-juvenil deve ser lutada por todos nós. "A escola deve se mobilizar, a vizinhança, a família… Todos devem ficar de olho. Retraimento, tristeza e choro sem motivo, medos e fobias são alguns dos sintomas. Se for observado mais de um sintoma, é necessário ligar o alerta", conclui Silva.
Se você tem conhecimento de algum caso, denuncie! A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer um dos contatos:
CONSELHO TUTELAR
Rua: Azevedo Portugal, 1940. Bonsucesso / (42) 3623-8450
conselhotutelar@guarapuava.pr.gov.br
CRAS – XARQUINHO
Rua Corumbá, 452. Industrial / Fone: (42) 3629-4588
E-mail: cras1@guarapuava.pr.gov.br
CRAS – MORRO ALTO
Rua: Afonso Botelho, 157 – Morro Alto / Fone: (42) 3622-2308
E-mail: cras2@guarapuava.pr.gov.br
CRAS – JARDIM DAS AMÉRICAS
Av. Aragão de Matos Leão. 2752. Jd. das Américas. / Fone: (42) 3622-1165
E-mail: cras3@guarapuava.pr.gov.br
CRAS – BOQUEIRÃO
Rua: Afonso Pena, 183 – Tancredo Neves / Fone: (42) 3622-1240
E-mail: cras4@guarapuava.pr.gov.br
CREAS
Rua Guaíra, 1921 – Alto da XV. / Fone: (42) 3622-2411
E-mail: creas1@guarapuava.pr.gov.br