com Folha de S. Paulo
Há 45 anos, Jim Morrison, vocalista da banda The Doors, foi encontrado morto dentro de uma banheira com os braços apoiados para fora das laterais, em Paris, na França. Oficialmente, o cantor americano, então com 27 anos, morreu de um ataque cardíaco, mas até hoje há especulações sobre o caso. A primeira a ver a cena foi Pamela Courson, então sua companheira.
Morrison foi poeta, escritor, compositor. Seu legado, entretanto, é sua performance como vocalista da banda The Doors, composta também por Ray Manzarek, Robby Krieger e John Densmore.
Jim nasceu James Douglas Morrison, em 8 de dezembro de 1943 em Melbourne, na Flórida (EUA). Era apaixonado por literatura a ponto de passar fome para comprar livros, e ficou fascinado por "On the Road", o clássico beatnik de Jack Kerouac, especialmente pelo personagem Dean Moriarty. Tinha QI de 149 e, no colégio, alcançava média muito superior à nacional americana em gramática e matemática. Mas ele se dedicava minimamente aos estudos; estava mais interessado nos existencialistas franceses e escritores beat.
O cantor conheceu a namorada, Pamela Courson, antes do estrelato e, apesar das diversas amantes, referia-se a ela como sua "companheira cósmica". Pam também traía Morrison freqüentemente e um de seus casos, o ator Tom Baker, tempos depois, virou amigo de Jim.
As brigas entre Jim e Pam eram homéricas. Após uma delas, ela rabiscou com batom, no espelho do banheiro: "Alguns símbolos sexuais não conseguem sequer levantar o sexo".
Depois de enfrentar problemas com a polícia por ter baixado as calças num show em Miami, Jim refugiou-se em Paris com Pamela. Moravam no Marais, num apartamento de 3.000 francos por mês. Inspirado em Ernest Hemingway, ele queria voltar a escrever na capital francesa.
Entre várias histórias acerca do começo da banda, conta-se que Manzarek e Morrison conheceram-se na Universidade da Califórnia, no curso de cinema, após uma aula em que Ray foi censurado por aparecer completamente nu, em um curta-metragem. Ray, que tocava na banda Rick and The Ravens, depois de ter ouvido Morrison, o convidou para tapar um buraco, pois tinha cinco músicos para uma apresentação, e no contrato constavam seis.
Morrison e Manzarek decidiram formar uma nova banda cujo nome foi retirado do livro "The Doors of Perception" (As Portas da Percepção), de Aldous Huxley. Após anos juntos, Morrison, que sempre fora tímido e que se apresentava cada vez mais bêbado e drogado, queria sair da estrada. O último show que fez com a grupo foi em 12 de dezembro, em Nova Iorque (EUA).
A banda lançaria "L.A. Woman" em abril de 1971, quando Morrison embarcou para a França com a namorada Pamela Courson um pouco antes do disco sair. Morreu no dia 3 de julho de 1971, em uma banheira, sozinho. O acontecido só foi noticiado à imprensa seis dias depois. Foi enterrado no cemitério de Père Lachaise, em Paris, na França.
Há quem duvide de sua morte, oficialmente por ataque do coração. Para alguns, o cantor fugiu para a África, com a ajuda de Pamela, a única pessoa que viu seu corpo. Jim admirava Arthur Rimbaud, o poeta francês que largou tudo para vender armas no continente. Também há quem diga que ele simulou a morte para viver incógnito ou que ele foi assassinado.
No auge, Morrison tinha 27 anos quando morreu, fato que o coloca na lista da "maldição dos 27". Outros astros como Brian Jones, Jimi Hendrix, Janis Joplin e Kurt Cobain também morreram com essa idade.
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