* Por Rogério Thomas
O caso de um homem que morreu enquanto participava de uma partida de futebol no último sábado (21) em Guarapuava, acendeu a discussão em torno dos cuidados que os “atletas de final de semana” devem ter.
João Silvério, de 53 anos, participava de uma partida de futebol em um campo na Vila Industrial. Às 16h48 ele passou mal e precisou ser atendido. Ele foi encaminhado pelo Siate até o Centro de Urgência Municipal. Porém, não resistiu e morreu vitima de uma parada cardiorespiratória.
O caso de João trouxe à tona uma antiga discussão entre os atletas de final de semana: qual o limite de cada um? Até onde o corpo resiste a excessos esporádicos em pouco espaço de tempo, após dias sem qualquer prática esportiva?
De acordo com o médico cardiologista Manoel Canesin, em entrevista à Rede Sul de Noticias, a incidência de casos de mortes por parada cardiorespiratória é muito grande no Brasil. “Por ano morrem cerca de 250 mil pessoas no Brasil vitimas de parada cardiorespiratória. Nesse contexto há vários casos, e muitos são de atletas”, destaca.
Segundo o médico, a parada cardiorespiratória ocorre com maior freqüência em praticantes de futebol que não tenham um preparo físico adequado para o esporte. “O futebol é um esporte de contato físico, onde há uma disputa entre os atletas. Quando a partida está sendo desenvolvida, há uma descarga de hormônios que fazem a freqüência cardíaca aumentar, e isso pode gerar uma arritmia maligna e pode levar à morte se o atleta não receber atendimento urgente”, diz.
SEM EXAGEROS
Nos casos de atletas de final de semana, Manoel Canesin orienta que não exagerem. “Não deve existir o “atleta de final de semana”. As pessoas que vão jogar futebol ou praticar outra atividade, devem, no mínimo, realizar atividades aeróbicas, como caminhadas, entre 30 e 40 minutos três vezes por semana. Ou seja, o corpo tem que estar preparado para o final de semana, para que não haja uma descarga no coração”, enfatiza.
Porém, o principal, segundo o médico, é que pessoas com idade superior a 30 anos realizem check up anual com cardiologista. “Somente através desses check ups é que os possiveis riscos de problemas cardíacos podem ser detectados. É fundamental que os exames se tornem rotineiros, pois eles podem orientar o ritmo de atividades físicas e os hábitos que as pessoas devem ter para que não ocorram problemas no coração. A receita é essa: atividade física regular e exames rotineiros com cardiologista”, conclui.
Manoel Canesin atua em Londrina, onde também é professor adjunto de Cardiologia na Universidade Estadual de Londrina (UEL).