Os dados do Atlas da Violência 2025 indicam uma queda de 18,7% nos homicídios de mulheres no Paraná entre 2013 e 2023. Embora o número represente um avanço estatístico, a violência contra a mulher segue como uma realidade alarmante, já que passou de 283 para 230 mulheres mortas de forma violenta somente no último ano analisado. A redução registrada no Paraná foi superior à média nacional, de 18,2%. O estado é o único da Região Sul a apresentar queda, pois Santa Catarina e Rio Grande do Sul tiveram aumento nos casos.
Apesar da diminuição nos homicídios, a realidade para as mulheres no Paraná segue alarmante. Conforme noticiado pelo Portal RSN, um estudo da consultoria Tewá aponta que duas cidades paranaenses estão entre as 10 piores do Brasil para ser mulher. Paranaguá lidera o ranking nacional e Ponta Grossa figura na 10ª posição.
Ainda de acordo com o estudo da Tewá, Guarapuava é a terceira pior cidade do estado para ser mulher, considerando indicadores como feminicídio, desigualdade salarial, baixa representatividade política e falta de oportunidades. O levantamento revela que 99% dos municípios analisados têm taxas de feminicídio consideradas muito altas e que, em 96% deles, menos de 30% das cadeiras nas câmaras municipais são ocupadas por mulheres.
MORTES REFLETEM DESIGUALDADE E VULNERABILIDADE
O Atlas revela que a taxa de homicídios de mulheres no Paraná é de 3,9 mortes por 100 mil habitantes, índice considerado elevado em padrões internacionais. O levantamento mostra que, no Brasil, mulheres negras continuam sendo as principais vítimas. O Paraná está entre os poucos estados em que a proporção de vítimas negras se aproxima da representatividade dessa população.
A violência letal representa apenas o ponto extremo de uma cadeia de abusos que, muitas vezes, não é rompida a tempo. Se houver qualquer indício de violência, denuncie! O Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Cram) oferece apoio e acolhimento pelos telefones (42) 3142-1159 e (42) 98405-6206.
Outros canais disponíveis incluem o disque 180 (Central de Atendimento à Mulher), o 190 (Polícia Militar). Além do telefone (42) 3623-2112 da Polícia Civil e os números (42) 3630-1730 ou 197 da Delegacia da Mulher.
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