Guarapuava – A Associação Nacional de Defesa Vegetal (ANDEF), unindo forças com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMA) e com o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), está colocando em prática um projeto de educação ambiental inédito: o EcoVegetal. A idéia é levar de forma lúdica e informativa à população, questões sobre a importância da cultura e da defesa vegetal para o desenvolvimento sustentável da agricultura, já que segundo um estudo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o uso correto e consciente de tecnologias de proteção evita perdas na ordem de 30% nas culturas agrícolas, além de eliminar pragas e doenças.
O Projeto Eco Vegetal foi lançado em Curitiba nesta terça-feira (15) com sucesso, reunindo dezenas de estudantes, técnicos da área agrícola, de saúde e do meio ambiente, no Campus Agrárias Juvevê,da UFPR. À tarde, foi a vez de cerca de 120 crianças aplaudirem entusiasmadas os personagens que mudaram a rotina da escola rural Júlia Wanderley, em São José dos Pinhais.
O evento acontece da seguinte forma: em um espaço preparado com ambientação temática e artistas do Movimento Ehco fazendo a recepção, o público presente – que pode se inscrever de forma gratuita entra em contato com um ambiente lúdico e ao mesmo tempo informativo, tendo a oportunidade de conhecer mais sobre o tema alimentação saudável. Os participantes recebem kits ecovegetal, contendo uma ecobag e seis cartilhas, que ensinam como fazer o uso adequado, o transporte e o descarte de defensivos agrícolas. Como ponto alto do projeto, são apresentadas uma performance e uma palestra cênica, desenvolvidas pela Pró Cult especialmente para o EcoVegetal, com personagens que tratam da questão ambiental de forma inteligente e divertida.
De acordo com o diretor executivo da ANDEF, José Otávio Menten, a instituição pretende, com este programa, mostrar o papel estratégico dos institutos e indústrias de pesquisas tecnológicas para promover a produção agrícola. O aumento de produtividade é essencial, já que a população mundial vem crescendo a uma velocidade maior do que 40 anos atrás. Ele explica que em 1960 um estudo mundial constatou que apenas um hectare de terra cultivável era suficiente para alimentar duas pessoas, e que este mesmo hectare, em 2025, precisará garantir alimentos para cinco pessoas.
Para Mentem, uma conta simples mostra o que acontecerá com a safra mundial se as plantações não forem protegidas. As safras de milho, arroz, soja e trigo dos 17 maiores países produtores totalizam 2,1 bilhões de toneladas de grãos. Porém, de acordo com a FAO, as plantações comerciais não protegidas por defensivos agrícolas acarretariam uma perda em torno de 630 milhões de toneladas de grãos e oleaginosas. No Brasil, esses quatro produtos representam, na safra nacional, 125 milhões de toneladas. Portanto, sem aplicação de inseticidas, herbicidas, fungicidas e acaricidas na proteção das lavouras, o país colheria menos de 36 milhões de toneladas. Além disso, ciência e tecnologia incorporadas aos defensivos agrícolas ajudam a preservar a saúde pública, já que também se encontram em produtos que controlam e eliminam pragas e doenças como a malária e a dengue, finaliza.